Fechou o mercado, decisões foram tomadas, jogadores contratados, outros dispensados. Mas há ainda uma lista de jogadores nos três grandes de Portugal que ainda não têm completamente definido o seu futuro. Uns foram inscritos na Liga, outros nem isso, mas para todos fica uma certeza: dificilmente serão opções nos respetivos clubes.

O Sporting, sublinhe-se, é, dos três grandes, aquele que melhor arrumou a casa. Entre vendas, empréstimos e rescisões ficou apenas com o caso de Fabrice Fokobo por resolver. Já Benfica e FC Porto têm mais situações a precisar de atenção especial, sendo que optaram por caminhos distintos: os encarnados inscreveram-nos na Liga, os dragões nem isso.

Para todos há um dado a ter em conta: mesmo que, agora, acertem a rescisão de contrato, só poderão assinar por outro clube na reabertura do período de transferências, em janeiro, uma vez que o anterior vínculo foi finalizado após 31 de agosto.

Há ainda campeonatos periféricos com mercado aberto, mas as opções são cada vez menores e a sombra de (mais) meio ano sem competir a bom nível paira sobre todos estes exemplos.

BENFICA

Adel Taarabt

Carcela já saiu, Taarabt ficou mas não conta

Contratado em 2015 a troco de 2,9 milhões de euros, foi duas vezes para o banco da equipa principal na época passada, sem nunca ser opção, e cumpriu sete jogos na equipa B, tendo marcado um golo ao Sp. Braga B que valeu um ponto. Num defeso em que acusou Rui Vitória de não lhe dar uma oportunidade, foi associado a alguns clubes, com o Palermo à cabeça, mas ficou na Luz. O Benfica inscreveu-o na Liga mas dificilmente conseguirá mudar a opinião do técnico encarnado. Terá espaço na equipa B?

Pelé

Tinha tudo preparado para ser outro benfiquista no Wolverhampton, mas uma lesão sofrida nas férias (fratura do metatarso) abortou o negócio. Depois de um ano cedido ao Paços de Ferreira, onde esteve em bom plano, é na Luz que vai recuperar a melhor condição física e, muito provavelmente, sair em janeiro para um novo clube, até porque Rui Vitória tem muitas e boas opções para o centro do terreno.

Ruben Amorim

Depois de um ano de empréstimo ao Al-Wakrah, do Qatar, o médio português voltou à Luz mas, ao contrário de outros casos, nem sequer foi inscrito na Liga. Tem contrato até 2018 com as águias e, nos últimos dias de mercado, chegou a ser dado como certo na Liga turca, mas o negócio não se fez. Fora do plantel de Rui Vitória, resta-lhe manter a forma e tentar uma mudança em janeiro.

Aos 31 anos, Ruben Amorim está com futuro indefinido

Bilal Ould-Chikh

Aos 19 anos foi uma semi-desilusão na época passada. Ninguém esperava que o extremo contratado ao Twente, a troco de 1,25 milhões de euros, se afirmasse como titular do Benfica, mas deu mais nas vistas pela vida fora de campo do que no relvado. Não teve qualquer oportunidade na equipa A. Na formação de Hélder Cristóvão cumpriu 13 jogos, sem qualquer golo apontado. Foi inscrito na Liga em cima do fecho do mercado.

Romário Baldé

Outro jogador que o Benfica inscreveu em cima da hora. Depois de uma época no Tondela onde foi 16 vezes titular na Liga e participou ainda em mais 10 jogos, rodar novamente seria o passo certo para o avançado de 19 anos, mas o mercado foi ingrato e não encontrou colocação a tempo. Poderá ter espaço na equipa B, mas, para já, não contou para Hélder.

SPORTING

Fabrice Fokobo

O camaronês é o caso que ficou por resolver em Alvalade

Um dia antes do encerramento do período de transferências, o Maisfutebol noticiava a presença do agente de Fokobo, juntamente com o de Labyad, em Alvalade para negociar as saídas. Se o marroquino acertou a sua rescisão e está livre para encontrar clube, Fokobo acabou por não conseguir nem a desvinculação, nem o empréstimo. Tem contrato até 2019 e em janeiro poderá voltar a tentar uma colocação.

FC PORTO

Juan Quintero

A par de Taraabt, é o mais mediático dos jogadores que ficaram com futuro indefinido após o fecho do mercado. O FC Porto não o inscreveu na Liga pois não conta com ele nem para a equipa principal, nem para a secundária. Esta segunda-feira foi noticiada a hipótese de rumar ao América do México, mas foi o próprio clube a garantir que a hipótese estava fora de questão. O colombiano, que recentemente renovou contrato até 2021, tarda em confirmar o potencial que levou o FC Porto a pagar cinco milhões de euros por 50 por cento do passe em 2013 (e mais 4,5 milhões pela outra metade no ano seguinte) e a carreira está mesmo em queda livre desde então. Curiosamente, foi o jogador que começou mais cedo a pré-temporada: terminou mais cedo o empréstimo ao Rennes, foi integrado ainda no grupo de José Peseiro mas, já com Nuno Espírito Santo, após o estágio na Alemanha, foi descartado.

Quintero foi o mais caro dos jogadores desta lista

Joris Kayembe

O empréstimo ao Belenenses não se concretizou e o belga ficou sem colocação. Tal como Quintero, também não foi inscrito na Liga, pelo que não poderá ser opção em nenhuma das equipas do FC Porto. O empréstimo ao Rio Ave, na época passada, nem lhe correu mal (33 jogos e 4 golos), mas um investimento de 2,6 milhões de euros vai ficar, pelo menos, meio ano parado.

Kadú

O angolano já foi uma grande esperança portista para a baliza e visto como um possível sucessor de Helton, mas a afirmação como sénior está a ser tardia e longe do esperado. Esteve no Varzim, por empréstimo, na época passada e, desta feita, não encontrou colocação. Tal como Raul Gudiño, de resto, embora o mexicano deva ser integrado na equipa B. Kadu nem isso…

Helton

Titular no Jamor na época passada, Helton viu as portas do FC Porto fecharem-se este ano

E por falar em guarda-redes, finalizamos com Helton. O FC Porto anunciou, logo no arranque da pré-temporada, que não contava com o seu antigo capitão para a nova época. Helton não integraria o plantel, mas ainda tem mais um ano de contrato com os dragões. Aos 38 anos e com o final da carreira cada vez mais próximo, o futuro do homem que defendeu as redes do FC Porto durante a maior parte da última década é uma enorme incógnita.