Bruno Lage, treinador do Benfica, analisa a goleada ao Marítimo (4-0), em jogo da 12.ª jornada da Liga:

[sobre a resposta física da equipa, três dias após o duelo com o Leipzig, e com trinta minutos em inferioridade numérica] «Não é só a questão física, é o saber correr. Uma coisa está ligada à outra, ocupar bem o espaço. Notámos, ao longo do tempo, que a equipa ia dar uma boa resposta, mesmo sem fazer os três dias completos de recuperação, E depois, pela qualidade que mostrou no jogo, sobretudo nos primeiros 60 minutos. É verdade que há uma boa entrada do Marítimo. A vencer por quatro, e com menos um jogador em campo, a equipa soube ocupar bem os espaços. Sentíamos que podia acontecer: a equipa trabalha a uma intensidade muito alta e dá sempre boas respostas, e por aquilo que foi o último jogo, sabíamos que a equipa merecia seguir em frente com o mesmo onze.»

[sobre a utilização de Taarabt e Chiquinho como interiores, e a química entre Pizzi e Vinícius] «Tentamos encontrar as melhores soluções a cada momento. Não gosto de fazer duplas, pois todos eles podem fazer duplas. Adel oferece coisas diferentes, e um bom exemplo é o passe para a diagonal do Pizzi no segundo golo. O Pizzi, com os movimentos interiores, a alternar com o Chiquinho, está sempre perto do golo. Esse é o desafio de treinar estes jogadores de qualidade, fazer com que o coletivo funcione.»

[sobre o rendimento dos avançados] «Aquilo que é mais importante é que todos oferecem coisas diferentes. O Vinícius dá maior ligação entre linhas, para tabelar, faz diagonais curtas. O Seferovic faz diagonais mais longas, é forte na pressão. O Raul procura mais os corredores, mais jogo de apoio e entrar em profundidade. Nós temos de escolher os melhores. Podemos utilizar também o Jota, o Rafa, o Chiquinho. Uma coisa é fundamental: manter o equilíbrio. O futebol é momento. Vive-se o momento, o jogo a jogo. Como dizia o meu amigo João Mário, quando vamos a jogo, vamos a tribunal. Quando ganhamos, saímos limpos. Quando não ganhamos, somos castigados. Os adeptos têm sido fantásticos. Sentiram o momento da equipa e têm apoiado, independente de uma ou outra exibição menos conseguida. No final estaremos cá para ser julgados. É essa a nossa vida.»

[é caso para dizer que o Benfica está a entrar no melhor patamar exibicional da época?] «Entrámos bem na época, com esse entrosamento. Não mexemos muito para esta época. Foi mais o Raul, e o Chiquinho a entrar. A pré-época foi boa, e o mês inicial também. Depois tivemos algumas lesões, de jogadores que tinham entrado bem, como o Gabriel, o Tino, ou mesmo o Rafa. Mas continuamos a olhar para aquilo que é a nossa evolução, e mesmo hoje houve coisas que não correram bem. Temos de crescer, para que o jogador entenda que, em determinado momento, há determinadas funções que têm de fazer, e que quando há uma troca no decorrer do jogo, têm de perceber o que é preciso fazer em cada momento.»