com Bruno José Ferreira e Francisco Frederico

A surpreendente ausência de Miguel Rosa do Belenenses-Benfica abriu uma nova frente de polémica relativamente às transferências nacionais. Se até aqui as situações controversas estavam associadas a acordos de empréstimo, agora estão em causa também situações em que houve venda do passe, seja parcial ou totalmente.

As interrogações em torno da ausência de Miguel Rosa alimentam-se, de resto, nas palavras de Marco Paulo no final do jogo de domingo. O treinador do Belenenses garantiu que a razão não era técnica, e como tal devia ser remetida para a SAD. O Maisfutebol fez várias tentativas para obter esse esclarecimento, desde segunda-feira, mas sem sucesso.

Recorde-se que Miguel Rosa foi transferido do Benfica para o Belenenses, no início da época. Contactada pelo nosso jornal, fonte encarnada garantiu não ter qualquer influência no caso.

Certo é que a polémica está mais abrangente, vai além dos empréstimos. Até aqui era nesse contexto que surgiam as situações mais controversas, nomeadamente com os «grandes».

O Regulamento de Competições define, em situações de cedência temporária, que «são nulas e de nenhum efeito quaisquer cláusulas, ainda que estabelecidas ou acordadas entre as partes intervenientes, e nomeadamente entre o clube cedente e o clube cessionário, que, por qualquer forma, visem limitar, condicionar ou onorar a livre utilização do jogador em causa».

A realidade não é, porém, bem assim. Como assume, de resto, o presidente do Gil Vicente. «Quando é o Gil a pagar a totalidade dos salários, os jogadores emprestados jogam sem problema nenhum. Quando o clube que empresta assume parte do salário, falamos e chegamos a um acordo. Por vezes o acordo passa por não jogar contra esse clube», reconhece António Fiúza, contactado pelo Maisfutebol.

Com Miguel Rosa estamos perante um cenário novo, uma vez que o médio ofensivo já não pertence aos quadros do Benfica, embora o emblema da Luz tenha acautelado alguns direitos em caso de transação futura.

O mesmo se aplica a Luís Martins (Gil Vicente) e David Simão (Arouca), embora estas cláusulas não estejam apresentadas nos últimos relatórios enviados à CMVM. Em relação a David Simão, por exemplo, o Benfica tem direito de preferência, o que quer dizer que terá de ser contactado caso surja uma proposta, para ter a possibilidade de igualar a mesma e assim reaver o jogador.

Refira-se, no entanto, que Luís Martins e David Simão já defrontaram o Benfica esta época. O médio marcou, de resto, um golo no empate do Arouca no Luz. Já Miguel Rosa, no Belenenses, não defrontou o clube em que foi formado.