Um jogo mau, um goleador implacável. Assim se resume o Benfica em Moreira de Cónegos, onde sentiu dificuldades imensas, inesperadas até, frente ao Moreirense de Petit. O 1-0 deixa os encarnados na liderança, a principal notícia de mais uma jornada da Liga 2016/17.

Em subtítulo, surge Kostas Mitroglou, um grego que dançou o vira do Minho como ninguém na temporada e que voltou a render pontos à equipa de Rui Vitória. Provavelmente, os milhões no grego foram os mais rentáveis da época.

A melhor época de sempre

Kostas Mitroglou tinha apontado 25 golos na temporada passada. Esse era o recorde pessoal do camisola 11 da Luz, em toda a carreira. O golo ao Moreirense significou o 26º da época em 39 jogos. Mitro só não marcou numa prova: a Supertaça.

O jogo inaugural foi, também, o único em que o grego participou e não faturou frente a uma equipa minhota. Kostas Mitroglou marcou em Braga (e aos arsenalistas na Luz), em Guimarães e em Moreira de Cónegos. A juntar a isso, festejou ainda com o Vizela, a outra equipa minhota que se atravessou no caminho do ponta de lança nesta temporada.

Um sério aviso, portanto, ao V. Guimarães, que ainda tem duas partidas para realizar com o Benfica: na jornada 33 e na final da Taça de Portugal. Ainda para mais, porque dos minhotos da Liga, o Vitória é aquele a quem o grego ainda não marcou mais do que uma vez: já na época anterior tinha marcado ao Sp. Braga e em Moreira de Cónegos.

Mitroglou e os colegas celebram após o golo em Braga

Quanto é que rende Mitroglou?

O Benfica dorme na liderança graças aos golos do grego. Ao deste domingo e aos outros em que ele foi decisivo. Dos 26 apontados, 15 são na Liga. Num terço desses, o Benfica não venceria quatro adversários e não empataria com outro sem os golos do grego. Ou seja, Mitroglou tem ligação direta a 13 pontos dos encarnados. É esse o rendimento do 11 apenas e só na Liga 2016/17.

Por comparação, na época passada, o Benfica precisou dos golos do 11 com Académica, Estoril, V. Setúbal e Sporting. Neste último, o grego apontou o golo solitário daquele que ficou denominado como o jogo do título, enquanto que frente a estudantes e estorilistas apontou o primeiro golo de triunfos por 2-1. Com o Vitória fez os dois últimos com os sadinos a reduziram de 4-0 para o 4-2 final. Ou seja, 12 pontos em 2015/16 e 13 no presente, como se verá.

Mitroglou bisou em casa com o Sp. Braga (3-1) e voltou a festejar na casa dos arsenalistas (0-1). Fez dois ao Desp. Chaves na Luz (3-1), mais este último ao Moreirense (0-1) e iniciou a recuperação com o Boavista (3-3).

O golo com maior relevância de Mitroglou em Portugal

Se juntarmos as restantes provas, foi «Mitroglou quem venceu» o Dortmund (1ª mão dos oitavos da Champions) e o Estoril (1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal).

Igualmente importante é marcar primeiro, ainda para mais nas equipas que normalmente jogam para títulos, os denominados grandes. Os 26 golos de Mitroglou são distribuídos pelos 18 jogos em que faturou e em 12 desses foi ele que apontou o golo inaugural da partida. Há, ainda, o caso do jogo com o Boavista, em casa. Um golo do grego iniciou a recuperação encarnada até ao 3-3.

Benfica sempre no limite

Mais uma cabeçada certeira de Mitroglou redundou na 10ª vitória fora do Benfica, no campeonato. A quinta pela diferença de um golo. A viagem a Guimarães, ainda em janeiro, foi a última a terminar um triunfo por mais de um golo.

Daí para cá, os encarnados andaram sempre no limite. Perderam em Setúbal na ronda seguinte, empataram 0-0 em Paços de Ferreira e venceram os outros três encontros por 1-0. Em dois deles, lá está, com golos de Mitroglou. A diferença do Benfica em casa e fora situa-se em 20 golos, uma tendência da qual também sofre o FC Porto, curiosamente: tem mais 18 golos em casa. 

A última vez que o Benfica venceu por mais de um golo fora foi em Guimarães, onde ainda estava Tiquinho Soares