Três golos, três pontos e o Benfica é líder confortável no fecho da primeira volta.

Na antevisão, Roger Schmidt fez questão de vincar que esta iria ser a sua primeira vez nos Açores e o treinador tem bons motivos para lembrar esta sua estreia nas ilhas. As águias venceram hoje o Santa Clara por 3-0 numa vitória incontestável, aproveitada também para promover alguma rotatividade e que teve como cereja no topo do bolo o golo do recém-chegado Gonçalo Ramos.

Apesar da distância que vai do Estádio da Luz ao Estádio de São Miguel, hoje, nos Açores, o Benfica sentiu-se em casa, com um estádio próximo da lotação máxima pintado de vermelho e branco. E o público nem precisou de muito tempo para ir ao rubro.

Nove minutos jogados - e com o Benfica instalado no meio-campo contrário -, Enzo, livre de pressão, na ala esquerda, cruzou de forma primorosa para o cabeceamento certeiro de Aursnes, que, à ponta de lança, inaugurou o marcador. Adivinhava-se uma missão espinhosa para o Santa Clara, que partiu para esta jornada em antepenúltimo lugar do campeonato.

A equipa de Roger Schmidt, que teve como novidades no onze as entradas de Morato e Draxler, não teve qualquer dificuldade em agarrar o jogo desde o início, aproveitando a passividade do emblema insular. O líder do campeonato nem precisava de colocar intensidade no encontro para causar problemas ao adversário. Assim foi aos 16 minutos: excelente jogada coletiva do Benfica, que culminou com a assistência de Grimaldo para o desvio certeiro de Gonçalo Ramos. Estava feito o 2-0.

O jogo ficou de feição para os encarnados, que asseguraram a posse de bola e foram superiores em todos os momentos da partida, ficando evidente a diferença abismal entre as duas equipas na reação à perda da bola. Apesar da aposta do Benfica no flanco esquerdo, aos 26 minutos, foi através de um lance na direita que as ‘águias’ ficaram próximas do terceiro tento: cruzamento de Bah, mas Draxler, na cara do golo, atirou por cima.

Olhando para o fraco rendimento da sua equipa – que mais um pouco ainda perdia por falta de comparência -, Jorge Simão mexeu ainda antes da meia hora para tirar MT e colocar em campo Ricardinho. Mas a equipa da casa pouco mudou. Aliás, o lance de maior perigo do Santa Clara aconteceu ainda antes da mudança, quando Gabriel Silva apareceu sem marcação na área, mas rematou ao lado da baliza de Odysseas aos 19 minutos.

Já o Benfica dispôs de vários lances de perigo junto baliza contrária. Mesmo em cima dos 45 minutos, Gonçalo Ramos driblou a defesa açoriana e rematou para uma grande defesa de Gabriel. No lance seguinte, Gabriel voltou a defender um remate de Draxler, Gonçalo Ramos apareceu na recarga, mas não apareceu ninguém para encostar a bola que acabou por atravessar toda a pequena área.

Na segunda parte, o Santa Clara conseguiu pisar zonas mais adiantadas no terreno e obrigou o Benfica a defender, mas continuou a faltar critério no último passe. O jogo baixou de intensidade e a equipa da Luz começou a perder gás. Aos 64, Schmidt mexeu e colocou em campo Chiquinho, Neres e Gonçalo Guedes, este último para gáudio dos adeptos.

Com o jogo morno, o Benfica colocou-se a dormir «à sombra da bananeira» e o Santa Clara quase aproveitou. Aos 68 minutos, os açorianos tiveram uma grande oportunidade para marcar, mas António Silva negou o golo a Gabriel Silva com um corte crucial em cima da linha.

O jogo tornou-se mais repartido, mas, apesar do equilíbrio, parecia caminhar sonolento para o fim. A partida, contudo, não ia terminar sem um daqueles momentos que vai ficar na memória dos adeptos pelo simbolismo que representa. Aos 80 minutos, Gonçalo Guedes driblou da direita para o meio e rematou para o fundo das redes açorianas, com a bola ainda a desviar em Paulo Henrique. Estreia de sonho do novo menino bonito do Benfica, vitória clara do líder do campeonato.