Silas, treinador do Belenenses, depois do empate arrancado no Estádio da Luz, diante do Benfica (2-2), em jogo da 25.ª jornada da Liga:

[Segredo do empate?]

Sabíamos que vínhamos aqui sofrer, não íamos defrontar uma equipa qualquer. Acho que começámos muito bem, conseguimos algumas saídas com alguma facilidade, até que o Benfica percebeu como estávamos a jogar e adaptou-se. A partir daí o Benfica passou a ser melhor, teve uma boa parte do tempo por cima do jogo e fez o 2-0. A partir daí, voltámos a mudar, neste jogo jogámos com três sistemas, sempre à procura de tentar sair para o ataque. Voltámos a mudar depois do 2-0 e acabámos por marcar dois golos. Começámos a sair melhor, achegar com mais facilidade à frente. Quando estamos na frente ou criamos ocasiões ou forçamos o adversário a cometer erros. Faz parte do jogo. No segundo do Benfica também houve um pouco de sorte, houve ali um ressalto. O nosso segundo golo também não deixa de ser sorte, mas forçámos o erro. Sabíamos como o Benfica jogava, o nosso grande desafio era tentar arranjar maneira de poder chegar à área do Benfica. Foi isso que tentámos e fomos mudando de sistema. Mesmo assim, tivemos 43 por cento de posse de bola. O segredo foi esse, passar algum tempo com bola e não estar sempre à mercê do que o Benfica podia fazer. O nosso segredo foi esse e nunca deixar de acreditar.

[O Belenenses aproveitou os erros do Benfica?]

- Se formos ver assim, o primeiro golo do Benfica também nasce num erro nosso. Há sempre a tendência de tirar o mérito às equipas mais pequenas. Não há erros nenhuns, há mérito do Belenenses chegar aqui e jogar sem bola, com um estádio cheio. O primeiro erro não é erro, é uma bola batida. O segundo é um erro, mas é forçado por nós.

[O Belenenses ainda pode chegar à Europa?]

- Podemos discutir os jogos em qualquer campo. Podemos não ganhar todos, mas vamos sempre discutir o resultado. O Vitória está com 39, nós estamos com 37. O próximo jogo com o Portimonense vai ser muito complicado.

[O que pretendeu com as mudanças?]

Queríamos tirar a possibilidade do Pizzi e ao Rafa de virem para dentro. Queríamos obrigá-los a explorar o jogo exterior e obriga-los a cruzar. Mais do que nos jogadores, pensei na dinâmica. O Benfica estava a chegar com muita facilidade, a ideia era fixar o Kikas entre os centrais.