O Sporting de Braga lamentou esta segunda-feira os incidentes antes do encontro com o Benfica deste domingo, considerando que se deveram à atuação das forças policiais.

«A imagem que resulta da organização do encontro sai desfocada pela gravidade dos acontecimentos ocorridos antes e depois do jogo e que o Sporting Clube de Braga tem de imputar, muito diretamente, à tremenda incapacidade revelada pelos dispositivos policiais no controlo dos espaços e das operações», diz o clube arsenalista em comunicado.

«A operação policial montada para o jogo de ontem cometeu um erro crasso e imperdoável: foi reativa e não preventiva. Não esteve à altura dos desafios que um evento desta natureza levanta, o que levou a que negligenciasse o controlo e a monitorização dos espaços circundantes ao Estádio Municipal de Braga, agindo tardiamente e a despropósito, abusando da força quando já não podia mediá-la», diz ainda o documento.

O Sporting de Braga diz ainda «lamentar ter de chegar, pela enésima vez, a esta conclusão: a de que a Polícia de Segurança Pública, tão zelosa nos dispositivos que exige para o interior do estádio e que tanto oneram os clubes, se revele tão negligente na proteção do espaço público, esse sim da sua exclusiva responsabilidade e que, no caso concreto dos jogos de futebol, em tanto contribui para o clima que rodeia o espetáculo desportivo».

«O dispositivo policial não teve a capacidade de mediar os conflitos, restando-lhe carregar indiscriminadamente sobre a multidão, e em particular sobre os nossos adeptos, gerando o pânico e transformando um momento de celebração entre amigos e família num episódio lamentável e que afasta público dos estádios», acusa o clube de Braga.

O comunicado termina afirmando que o Sporting de Braga «não deixará nunca de fazer a defesa dos seus adeptos» e «não tolerará abusos gratuitos da força nem que em torno dos seus jogos se gere um clima de pânico e de terror».

«O Sporting de Braga reconhece a função das forças policiais e a sua dificuldade, mas exige que os espaços em redor do seu estádio e dos estádios onde joguem as suas equipas sejam espaços onde impere a ordem e não o caos», lê-se.

Cerca de três horas antes do início do jogo, registaram-se alguns incidentes nas imediações do estádio, com adeptos do Benfica a queixarem-se de terem sido agredidos por adeptos do Sporting de Braga, tendo daí resultado alguns danos em viaturas. Apesar disso, não houve detidos, como tinha dito à agência Lusa o subcomissário Barbosa, da PSP de Braga.

«Não houve detenções e correu tudo muito bem, à parte aquela confusão inicial e uma outra situação com um adepto do Benfica, que foi identificado», por ter entrado no estádio com alguns objetos, «mas nada de especial», afirmou.

Leia o comunicado do Sp. Braga na íntegra:

«O Estádio Municipal de Braga recebeu, ontem, o jogo cabeça de cartaz da 22ª jornada da Liga NOS. Um evento que, tal como se previa, mobilizou em massa os adeptos de ambos os clubes, constituindo uma excelente oportunidade para a promoção do nosso futebol, do nosso campeonato e da paixão de quem o vive e sente.

São jogos como o que ontem tivemos, intensamente disputados, taco a taco, num estádio cheio, que acrescentam valor à competição e podem cimentar a nossa Liga no topo do futebol europeu, favorecendo também a imagem em torno da mesma e os valores que lhe estão associados.

As equipas em confronto estiveram à altura das exigências e das responsabilidades.

Infelizmente, porém, a imagem que resulta da organização do encontro sai desfocada pela gravidade dos acontecimentos ocorridos antes e depois do jogo e que o Sporting Clube de Braga tem de imputar, muito diretamente, à tremenda incapacidade revelada pelos dispositivos policiais no controlo dos espaços e das operações.

A operação policial montada para o jogo de ontem cometeu um erro crasso e imperdoável: foi reativa e não preventiva. Não esteve à altura dos desafios que um evento desta natureza levanta, o que levou a que negligenciasse o controlo e a monitorização dos espaços circundantes ao Estádio Municipal de Braga, agindo tardiamente e a despropósito, abusando da força quando já não podia mediá-la.

O Sporting Clube de Braga lamenta ter de chegar, pela enésima vez, a esta conclusão: a de que a Polícia de Segurança Pública, tão zelosa nos dispositivos que exige para o interior do estádio e que tanto oneram os clubes, se revele tão negligente na proteção do espaço público, esse sim da sua exclusiva responsabilidade e que, no caso concreto dos jogos de futebol, em tanto contribui para o clima que rodeia o espectáculo desportivo.

O Sporting Clube de Braga reconhece às forças policiais a missão de conter os excessos dos adeptos, mas questiona as estratégias delineadas e que privilegiam o controlo pela força e não pela presença. O dispositivo policial não teve a capacidade de mediar os conflitos, restando-lhe carregar indiscriminadamente sobre a multidão, e em particular sobre os nossos adeptos, gerando o pânico e transformando um momento de celebração entre amigos e família num episódio lamentável e que afasta público dos estádios.

O Sporting Clube de Braga não deixará nunca de fazer a defesa dos seus adeptos, que ontem deram mais uma grande demonstração do seu fervor e do seu amor pelo clube. O Sporting Clube de Braga não tolerará abusos gratuitos da força nem que em torno dos seus jogos se gere um clima de pânico e de terror. O Sporting Clube de Braga reconhece a função das forças policiais e a sua dificuldade, mas exige que os espaços em redor do seu estádio e dos estádios onde joguem as suas equipas sejam espaços onde impere a ordem e não o caos».