Luís Filipe Vieira procurou passar uma mensagem de tranquilidade aos adeptos do Benfica relativamente à definição do plantel para 2014/15.

Em entrevista ao canal do clube, nesta quinta-feira, o presidente encarnado rejeitou, pelo menos em parte, a ideia de um desinvestimento na equipa. «Em primeiro lugar devo dizer que, por opção própria, o Benfica só desinvestiu em dois jogadores: Garay e Cardozo. Em segundo lugar o Benfica não desinvestiu. Não investiu foi o que investiu em épocas anteriores», disse o dirigente, lembrando a final da Liga dos Campeões no Estádio da Luz e também o fracasso da temporada anterior.

«Até ao dia 31 aquilo que tem de aparecer vai aparecer. Os jogadores que têm de entrar vão aparecer. O mais fácil, hoje em dia, é colocar problemas no Benfica», disse Vieira a propósito de reforços, desvalorizando os resultados da pré-época. «Foi positivo, pois da euforia que existia voltámos à realidade. Voltámos a ser humildes, e até os jogadores percebem que não se ganha com euforia. Voltámos ao ano passado, em que pensávamos treino a treino e jogo a jogo. A época passada já passou. Foi muito positiva pois acabou com a euforia que existia», defendeu.

O líder encarnado falou em duas posições por reforçar, e que as negociações «estão bem encaminhadas». Assumiu interesse em Karnezis, mas também que o guarda-redes grego apresentou exigências novas ao apresentar-se em Lisboa: «É natural, é passageiro. Vamos ver mais uns dias.»

Para breve estará também a chegada de um trinco, disse Vieira, reconhecendo que o primeiro alvo falhou, pelo que o Benfica está agora a tentar outra opção. Fora dos planos está Danilo, do Marítimo: «Como seria possível? Comigo não. Um jovem que abandonou o Benfica, como é que podia voltar?»

Os reforços que não contam como tal

Luís Filipe Vieira falou ainda dos reforços que acabaram por ser dispensados, como Luis Felipe ou Candeias. «O Benfica não contrata mal, mas se fossemos bruxos todos não havia falhas. O Oblak e o Enzo Pérez foram emprestados quando chegaram», recordou.

Djavan nem sequer foi emprestado, mas sim vendido ao Sp. Braga, e o líder encarnado garantiu que o clube «não ficou penalizado financeiramente», para além de ter reservado um direito de opção. «Havia um determinado jogador que era português, o Eliseu, e que preferíamos. Por isso fizemos uma alteração», disse Vieira.

Questionado se Eliseu não podia ter sido garantido a «custo zero», tendo em conta que era um «namoro» antigo e que tinha renovado pouco antes de rumar à Luz, Vieira assumiu o erro: «Há coisas que nos escapam às vezes. Essa passou. Mas o custo para o Benfica não foi muito penalizador.»

O futuro, da formação e de Jesus

Nélson Oliveira e Pizzi vão ficar no plantel, foi anunciado, mas em relação a Sílvio persistem as dúvidas. «Está em recuperação e o Atlético mandou devolver o certificado internacional», adiantou.

Luís Filipe Vieira confirmou ainda o empréstimo de João Cancelo ao Valencia, seguindo assim o mesmo caminho de Bernardo Silva (Mónaco) e Ivan Cavaleiro (Corunha). A alegada venda do trio a Peter Lim foi desmentida. E a aposta na formação é para levar a sério, garantiu: «Vamos lá chegar. Não íamos fazer regressar o Ivan, o João ou o Bernardo na equipa B. Vamos aguardar pelo seu crescimento. Alguns regressam, outros ficam pelo caminho, mas cada vez mais vamos seguir este caminho.»

«Mas imagine que surge uma proposta de 15 milhões por um jogador que nunca jogou na equipa principal do Benfica? Não podemos ignorar», disse Vieira, pegando em André Gomes como exemplo.

Confrontado com uma declaração recente de Ivan Cavaleiro, que recuperou as queixas da formação relativamente a Jorge Jesus, Vieira garantiu que o técnico «não vai ter outra alternativa». «Não há espaço para investimento de 8, 10 ou 12 milhões. Estamos a fazer mais quatro campos no Seixal. Não são para pastar. São para formar jogadores», reforçou.

No que diz respeito ao futuro do próprio Jorge Jesus, e uma possível renovação de contrato, Vieira deixou tudo nas mãos do técnico: «A opção é dele. Ele é que sabe. Mas com as mesmas condições. Aumento? Isso não pode existir.»