O Benfica já não está nas competições europeias, e teve uma participação desastrosa na Liga dos Campeões esta época, mas Rui Vitória foi questionado sobre o que falta às equipas portuguesas para se conseguirem afirmar no panorama europeu. Isto porque em três jogos esta semana só o Sporting conseguiu vencer.

«Num determinado nível, há momentos em que se vê a discrepância em relação a outras equipas, poderemos também dizer que há relação com poderio financeiro. Não é por acaso que as equipas com mais poderio são normalmente as que chegam às finais ou meias-finais», começou por dizer.

«Internamente é fundamental não pensar que estamos na aldeia do Astérix, que olhamos para isto e que nos referenciamos entre nós. É preciso compararmo-nos com o estrangeiro. Nós aqui no Benfica temos a preocupação de olhar para o que se passa pela Europa fora, mas é bom que o futebol português também pense e que se coloque neste patamar», acrescentou.

Depois o técnico enumerou algumas coisas que travam o crescimento às equipas nacionais: «A intensidade dos nossos jogos tem de subir, a própria qualidade tem de subir. O ritmo e os minutos de jogo também. Somos a Liga que menos minutos úteis joga. Há tudo muito: muitas paragens, muitos lançamentos. Em muitos campeonatos isso não acontece. Isto tem de ser tudo repensado, porque a verdade é que depois o fosso pode-se cavar.»

«Temos de ter a astúcia que os treinadores portugueses vão tendo, ter a capacidade de os clubes se reestruturarem melhor, apostar mais na formação, porque a qualidade que vamos tendo é boa, é muita, e muito melhor do que alguns clubes da Europa. Em termos financeiros temos esta décalage enorme e temos de arranjar formas de minimizar esta distância», justificou.