Rui Vitória vai voltar ao banco de suplentes do Benfica para a Liga, após um castigo de 15 dias que o fez estar ausente em três jogos dos encarnados. Voltou também a fazer a antevisão a um jogo e como já tinha prometido na conferência de imprensa antes do Dortmund falou sobre o castigo.

Tiago Martins foi o árbitro que o expulsou na meia-final da Taça da Liga com o Moreirense, por palavras no final do jogo, e será também, o árbitro que estará em Braga a dirigir o encontro do seu regresso. Para o treinador das águias não há problema.

«Vamos dividir isto em duas partes: uma coisa é o meu castigo, outra é o árbitro Tiago Martins. Em relação ao meu castigo, infelizmente não me ouviram durante dois minutos para me interpretarem e perceberem o que tinha dito, hoje não posso falar muito mais, o processo está a decorrer, não posso acrescentar muito mais. Uma coisa é o que se passou nesse jogo, outra coisa é o árbitro e a sua qualidade. Parece-me que tem qualidade, não baralho as coisas», começou por dizer sobre este assunto.

Em seguida disse sentir-se «amargurado»: «Quando faço alguma crítica ou comentário sobre os árbitros, não faço relacionado com a pessoa, faço relacionado com factos. Sinto uma amargura grande em relação a este processo todo porque ao longo deste tempo se há pessoa que tem postura respeitadora, de enaltecer, de ter respeito pelos árbitros e pelos adversários essa pessoa tenho sido eu. Tenho sido sempre cauteloso porque eu sei que hoje o futebol e o Benfica, a mensagem que um clube manda para fora, para associados e simpatizantes, é uma mensagem muito importante. Qualquer mensagem da minha boca sei que não influenciará seis milhões, mas influenciará alguém. Sei que qualquer atitude que tenha vai ter impacto nas pessoas e a minha postura qual foi? Postura atenta, cuidada e cautelosa. Por uma má interpretação, em que bastavam dois minutos para me ouvirem, sinto-me amargurado. Fui até à data uma das pessoas no futebol português que mais cautelas teve, mais cuidados teve.»

Depois deu mesmo um exemplo: «Ainda aqui há três semanas, há aqui na Luz um jogo que ia para o Guiness, três golos em vinte minutos que toda a gente reconheceu que foram precedidos de erros de arbitragem. Qual foi a minha postura? Zero, não disse nada. A maioria dos meus colegas, dos treinadores, dizia. Nós assumimos as nossas responsabilidades, não há equipa que virasse um jogo em Portugal de 0-3 para 4-3, nós fizemos três golos. Em Setúbal fizemos um mau jogo? Fizemos. Mas tivemos quatro oportunidades de golo e tivemos um lance. Qual foi a minha postura e do Benfica? Não dissemos nada.»

«Não quero ser o bom aluno da turma, já com as minhas filhas sou assim, sou muito tolerante mas não brinquem com o meu trabalho e com o trabalho dos meus jogadores, nem se aproveitem do meu trabalho. Sei que se tiver uma atitude acicatada aqui ou dentro do campo sei que tenho seis milhões de pessoas que se revêem muito no que eu digo. Se tiver postura cautelosa sei que seis milhões de pessoas também as têm. Quero deixar bem vincado que sinto tristeza, mas esta é a vida do futebol e eu estou preparado para ela, mas não podia deixar passar a oportunidade sem dizer isto», salientou.