O Minho continua a ser um terreno sinuoso para o Benfica de Roger Schmidt. Depois de deixar pontos em Guimarães e em Braga – onde caiu na Taça de Portugal – Vizela também não foi um campo fácil para os encarnados. Arrecadaram os três pontos com um triunfo difícil (0-2), com João Mário a ser uma espécie de analgésico para o desconforto.

 A turma encarnada teve momentos em que conseguiu impor a sua supremacia de forma natural, mas a realidade é que nunca teve o jogo completamente controlado, foi sentindo sempre desconforto e ficou à mercê do ímpeto vizelense, que montou reações enérgicas aos momentos de tremedeira benfiquista. Apenas nos descontos conseguiu respirar, com o segundo golo de João Mário.

Com a dupla de 'Gonçalos' na frente, Guedes e Ramos, o Benfica teve menos poder de fogo do que seria de esperar, esteve longe de deslumbrar, assinando a ficha de jogo com serviços mínimos. Numa fase que começa a ser crucial, jogou primeiro que os concorrentes diretos e mantém, pelo menos, a mesma margem pontual para os perseguidores.

Domínio, sobressaltos e contragolpe mortífero

Em Vizela o Benfica entrou dominador no jogo. De forma natural. Muita posse de bola do conjunto encarnado, trocas longas do esférico sem grande margem para o conjunto de Tulipa ter bola. Faltava, contudo, intensidade ao Benfica para ser mais efetivo no seu domínio, de forma a criar lances inequívocos de perigo e não apenas lances de potencial frisson.

A equipa da casa soltou-se das amarras por Osmajic.  Bolas longas para o potência do avançado puseram em causa a supremacia encarnada. Otamendi foi o primeiro a dar sinais de tremedeira, ao ir ao relvado num lance dividido com o montenegrino. Pediu-se a expulsão do internacional argentino nesse lance, poucos minutos antes de ser António Silva a meter água. Pressão de Osmajic, o central bombeia a bola para trás para Vlachodimos, que ao ter de parar de peito acaba por deixar a bola à mercê do avançado. Após uma primeira tentativa, Nuno Moreira atirou de forma completamente disparatada por cima num lance em que podia fazer bem mais.

Jogo partido, a crença vizelense ia combatendo a falta de intensidade encarnada no seu domínio, resolvendo-se a questão num contragolpe. Numa fase em que o Benfica até nem estava confortável no jogo, Gonçalo Guedes inicia a jogada dando para Neres no corredor esquerdo, que descobriu João Mário no corredor central. De primeira, o médio atirou a contar, enviando o Benfica na frente do marcador para o intervalo.

Ferros seguram até à tranquilidade final

O golo podia ser determinante para o Benfica agarrar o jogo e controlar as incidências. Mas, a realidade é que nunca se sentiu verdadeiramente confortável no jogo. Ora dava mostras de «, aparentemente, ter o jogo controlado, ora era exposto a fogachos vizelenses que aqueciam o jogo enquanto punham os encarnados em brasa.

Exemplo mais paradigmático as duas bolas enviadas de rajada aos ferros no mesmo lance ao minuto 65. Primeiro Osmajic desvia o cruzamento de Samu para a barra, na ressaca Kiko Bondoso atira com estrondo à base do poste da equipa de Roger Schmidt. Um lance que, apesar do aparato, não galvanizou os vizelenses.

O jogo foi-se arrastando, longe de estar controlado por qualquer uma das equipas. Já com o Vizela reduzido a dez - expulsão de Anderson por duplo amarelo - nos descontos o Benfica carimbou o triunfo definitivamente com a transformação de uma grande penalidade, por João Mário. Bisa na partida e ascende ao topo da lista de melhores marcadores do campeonato português.