A cidade do Porto tem uma quantidade enorme de clubes, entre coletividades de bairro e emblemas mais significativo.
 
Mas há três com uma dimensão diferente e que, nas últimas décadas, foram disputando simpatias.
 
Um deles (o FC Porto) muito maior que os outros dois (Boavista e Salgueiros), é certo.
 
De tal modo que, ao contrário do que acontece com a rivalidade clubística intensa noutras cidades europeias ( Benfica/Sporting, AC Milan/Inter de Milão, Juventus/Torino, Manchester United/Manchester City), na cidade do Porto chega a haver exemplos de adeptos portistas com simpatia pelo Boavista e/ou pelo Salgueiros.
 
Os falecidos Pôncio Monteiro (ex-vice da direção do FC Porto e simpatizante do Boavista), Hernâni Gonçalves (o «prof. Bitaites» era portista ferrenho com costela boavisteira) e José Maria Pedroto (treinador que marcou para sempre portistas e boavisteiros) foram três exemplos disso.
 
Outro é Álvaro Costa, radialista e figura da comunicação. Portista assumido, rioavista por afeto e… um pouco boavisteiro também: «Costumo ir aos jogos, vou com frequência. Gosto daquela atmosfera, mais popular do que se imagina. Com um universo entre Jorge Luís Borges e Cortázar. Com aquelas figuras carismáticas, a dona Fernanda, o Manuel do Laço, o «Cowboy»… E com um estádio muito próprio, que ajuda a equipa ser forte nos jogos em casa», conta à Maisfutebol Total.
 
A ligação de Álvaro Costa ao Boavista vem «do tio-avô Monteiro, que era ourives em Gondomar e chegou a ser sócio número um do clube» e também da «tia Felícia, outra grande boavisteira». «O meu pai treinou no Boavista com os irmãos Caiado… E nos anos 80 tive no Boavista grandes referências como o Alfredo, o Phil Walker, José Rafael… E não só como jogadores. O Alfredo, como pessoa, é alguém que me diz muito».
 
Contente com o regresso do Boavista à Liga, Álvaro Costa admite que «não esperava uma sobrevivência tão fácil nesta primeira época».
 
«Só a raça não ganha jogos, acho que tem havido muito mais do que isso. Há uma equipa de combate, que utiliza a dimensão do seu estádio, essa atmosfera, para ser muito forte em casa. É uma equipa à imagem do seu treinador», insiste Álvaro Costa.

Primeiro ficar, depois crescer em dois/três anos

Álvaro Costa elogia Petit por estar a conseguir o objetivo essencial: «Salvar, de qualquer maneira, o Boavista nesta primeira época. E isso está a ser conseguido com mais faciidade do que se imaginava». «Depois disso, haverá condições para um crescimento em dois/três anos. Acredito num Boavista a ser uma espécie de Chelsea, à sua dimensão claro. E mesmo com essa imagem de equipa essencialmente combativa, vejo com bons olhos a aposta em Marek Cech por exemplo. Ainda que esteja em fase final de carreira, introduziu já algum perfume. Com mais dois ou três jogadores assim, um pouco mais novos, o Boavista do Petit pode ser um pouco mais criativo».

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Outros jogadores que Álvaro Costa destaca da época boavisteira: «Gosto do Beckeles, bom jogador. Nunca percebi porque é que o Brito não foi mais longe na carreira, Gosto do Zé Manel e do Quincy. E aquele Uchebo atrapalha, é chato para os adversários. O Tengarrinha tem boa escola e o guarda-redes, o Mika, tem feito uma boa época». 

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