A figura: Boateng
Fantástico. O jovem avançado do Moreirense é dos talentos mais entusiasmantes da Liga portuguesa. Termina a época com 10 golos, números interessantes para uma seta com 1,75 metros, assumindo responsabilidades na frente de ataque. Velocidade, agressividade, um tempo de salto assinalável. Ainda assim, deslumbra mais quando tem outro homem à sua frente, como aconteceu com Ramírez, frente ao FC Porto. Belo golo de cabeça a cruzamento de Pedro Rebocho, assistência para o 2-0 de Fréderic Maciel e assistência para o 3-1 de Alex. Que pedir mais? Aos 20 anos, não é uma esperança. É uma certeza.
O momento: Alex encerra a questão
O FC Porto tinha reduzido a desvantagem, carregava em busca do empate e Makaridze dava sinais de limitações físicas. Notava-se um ar de apreensão entre os adeptos do Moreirense. Porém, Boateng aproveitou nova falha de Felipe para servir Alex e o extremo, vindo do banco de suplentes, fez o 3-1 ao minuto 83, arrumando a questão.
Outros destaques:
Fréderic Maciel
Acutilante. Saiu do FC Porto em julho de 2015 com uma mensagem triste: «Apesar de todo esforço e dedicação, parece que não foi o suficiente». Após uma época no Royal Mouscron-Péruwelz (Bélgica), assinou pelo Moreirense e teve o prémio na última jornada da Liga: foi titular pela primeira vez e marcou o seu primeiro golo na prova. Fez dupla interessante com Pedro Rebocho à esquerda e, ainda do 2-0, deu nas vistas com uma finta soberba sobre Marcano na área do FC Porto.
José Sá
Desilusão. Fez o primeiro jogo na Liga como guarda-redes do FC Porto, ao fim de época e meia de estadia no clube portista. É visto como o sucessor de Iker Casillas, que não tem continuidade assegurada. A qualidade está lá, como demonstrou após remate poderoso de Nildo, na cobrança de um livre. Porém, sai de Moreira de Cónegos com três golos sofridos, algo que nunca fica bem na ficha de um guarda-redes.
Pedro Rebocho
Estável. Belíssima época do lateral esquerdo formado pelo Benfica, um dos melhores da sua posição na Liga. Aos 22 anos, deixou boa imagem na sua temporada de estreia no escalão principal. Equilibrado, com um pé esquerdo interessante, cruzou para o golo de Boateng e conseguiu fechar o seu corredor. A seguir.
Maxi Pereira
Último jogo da época e sentimentos distintos. Por um lado, tem dificuldades defensivas provocadas pelo cansaço acumulado, a idade que avança e a falta de apoio do homem que joga no seu corredor (desta vez, foi Otávio). Por outro, aparece com garra e determinação na área contrária, sobretudo nas etapas complementares, para fazer aquilo que os avançados do FC Porto sentem dificuldades em fazer. Em Moreira de Cónegos, inventou o golo azul e branco com um desvio de costas para a baliza, repleto de crença.
Felipe
Sabor estranho para a despedida. Péssimo desempenho do central brasileiro, ele que formou uma bela dupla com Ivan Marcano ao longo da temporada. Teve responsabilidades em dois golos do Moreirense, perdendo igual número de duelos com Boateng, e contribuiu de forma negativa para a perda de um estatuto que orgulhava o FC Porto: a melhor defesa. Por um golo, esse registo fica para o campeão Benfica.