Figura: Kenji Gorré

O internacional por Curaçau fez a vez do castigado Sauer. O extremo arrancou, porventura, a melhor exibição de xadrez ao peito. Além ter acumulado pormenores de qualidade, Gorré usou e abusou do espaço entre Basso e Thales para atacar a baliza contrária. Foi assim que fez o golo que resolveu a partida e que tentou o bis. Embora tenha perdido discernimento com o passar do tempo, ninguém lhe rouba o estatuto de figura da partida.

Momento: 13 minutos foram suficientes

O Boavista entrou agarrado à bola e a mandar no jogo. Estava perfeitamente confortável e ficou ainda mais quando Musa convidou Gorré a correr do meio-campo à área. Depois, o talento do extremo fez o resto: driblou Basso, rematou cruzado a bola ainda bateu no poste – e resolveu o encontro.  


Outros destaques:


Petar Musa: não chegou ao 11.º golo na Liga, mas voltou a ser decisivo. Como? Com uma assistência primorosa para Gorré. Apesar da estatura elevada, o internacional sub-21 croata joga e combina bem com os colegas de costas para a baliza – o lance do golo, lá está, é sintomático. Musa ainda ameaçou um golaço numa das raras oportunidades que teve na primeira parte ao contrário daquela de que dispôs na etapa complementar, na qual obrigou Victor Braga a brilhar. Não é preciso estar sempre em jogo para ajudar a resolver um jogo, certo?

André Silva: realizou um jogo de esforço. A referência ofensiva do Arouca raramente teve oportunidades para se mostrar – a bola quase nunca lhe chegou em condições. O único pontapé para amostra foi aos 43 minutos e não saiu longe da baliza contrária. Merecia outro acompanhamento.

Seba Pérez: não lhe peçam para ‘comer metros’ com a bola ou protagonizar jogadas espetaculares. Com Vukotic ao seu lado, o internacional colombiano foi o pêndulo da equipa. Pérez faz o mais difícil: joga simples. E a essa qualidade incomum, junta-lhe bom posicionamento e excelente leitura de jogo, o que lhe permite acumular um sem número de cortes. Hoje, tal como em outras ocasiões, jogou assim.

Quaresma: o melhor elemento do Arouca no Bessa. Foi mais ala que lateral em virtude do 3-4-3 apresentado por Evangelista no Bessa. Se defensivamente não deu hipóteses a Luís Santos, ofensivamente teve contribuições de qualidade. O lateral-esquerdo fez o primeiro remate que assustou Bracali e arrancou um par de cruzamentos perigosas não aproveitados pelos colegas. Sai com nota positiva.