A «Champions» ali tão perto.

Um golo de Yusupha, aos 90+4, adiou o sonho do Sp. Braga em assegurar a presença na Liga dos Campeões da próxima época e um lugar no pódio.

Os bracarenses terão de aguardar uma ajuda do Benfica no dérbi com o Sporting para repetirem as presenças na Champions de 2010/11 e 2012/13 ou vencerem o Paços na última ronda.

Uma infelicidade de Cannon, à passagem da hora de jogo, permitiu ao Sp. Braga desbloquear o jogo e camuflar uma exibição cinzenta. Um balde de água fria no final, impediu a equipa não só de garantir já a participação na maior competição de clubes da UEFA, como de superar a melhor pontuação da sua história na Liga.

Por pouco não se escreveu história, no fundo.

O resultado acabou por espelhar o que se passou no relvado. O Boavista não luta pelos mesmos objetivos, mas bateu o pé ao terceiro classificado e fez o suficiente para não perder o jogo – se ganhasse, não seria totalmente descabido.  

Antes do jogo iniciar, Rafael Bracali foi homenageado pela Liga e pelo Boavista naquele que foi o penúltimo jogo da carreira. Quiçá, para não estragar a tarde especial ao guarda-redes, os axadrezados começaram bem a partida e criaram o primeiro lance de perigo logo aos três minutos.

A pantera conseguiu tirar a bola ao adversário e jogar no campo todo embora nem sempre tenha chegado com perigo junto da baliza de Matheus. Por sua vez, o Sp. Braga fez uma primeira parte muito fraquinha em comparação com o que mostrou ao longo da temporada – um remate à malha lateral por parte de Bruma foi o melhor que se viu ofensivamente.

Cartões amarelos, faltas, uma ou outra paragem, enfim, o jogo caminhou sem lances relevantes para o intervalo.

À semelhança da primeira metade, o Boavista voltou a começar melhor e esteve a 73 centímetros de colocar o oponente em dificuldades acrescidas. No entanto, o golo de Yusupha, após passe de Salvador Agra, foi invalido por posição irregular.

Artur Jorge não podia estar satisfeito com a prestação da sua equipa e fez três mudanças de uma vez: tirou Joe Mendes (que tinha rendido Sequeira em cima do apito inicial), Pizzi e Iuri Medeiros e lançou Serdar, Racic e Álvaro Djaló.

As mudanças tiveram um efeito quase imediato. O extremo espanhol (grande entrada na partida) teve um momento de rasgo pela direita e viu Cannon, na tentativa de impedir a assistência para Abel Ruiz, marcar na própria baliza.

Foi um valento soco no estômago do Boavista. Os axadrezados passaram por um período de convalescença e por pouco não sofreram o 0-2 - Djaló chegou atrasado ao cruzamento de Víctor Gómez por muito pouco.

Recuperada, a pantera cresceu nos minutos finais e desperdiçou uma soberana ocasião por Yusupha aos 83 minutos. Na resposta, Ricardo Horta viu o "velhinho" Bracali tirar-lhe o segundo golo e fechar em definitivo o jogo.

O resultado parecia que já não iria fugir ao Sp. Braga. O relógio marcava 90+4m, faltavam dois para o apito de Nuno Almeida, mas Yusupha tinha outros planos e num belo golo, empatou o encontro e confirmou a entrada direta... do FC Porto, rival do Boavista, na Champions.