Daniel Ramos, treinador do Boavista, em declarações na sala de imprensa do Bessa, após a vitória por 2-0 frente ao V. Guimarães, em jogo da 19.ª jornada da Liga:

«Melhor jogo? Não sei, mas fizemos uma prestação muito positiva por várias razões. Pela maneira como preparámos o jogo, as coisas foram acontecendo em função do que esperávamos. Não era importante o tempo com a bola, mas o que fazer quando a tivéssemos e no tempo certo. Tivemos pela frente um adversário forte e que gosta de ter bola. Fomos competentes, acutilantes e criámos oportunidades em ataques rápidos. Depois a forma como ocupámos os espaços, nunca ficámos partidos. Sentimos dificuldades, mas soubemos sofrer e concretizámos no tempo certo. Tentámos controlar o resultado e deu para gerir até ao final.»

[Sistema utilizado é para manter?]:

«Uso-o mais pelas características dos jogadores. Acredito que no futuro podemos utilizar outra estrutura. No momento achei que era o mais condizente até pelo grau de satisfação de todos. Este sistema precisa de ser melhorado, mas senti conforto por parte dos jogadores. O objetivo é tirar proveito do imediato. Evoluir os jogadores e melhorar as dinâmicas são as ideias seguintes e, quem sabe, no futuro introduzirmos algumas nuances do ponto de vista estrutural.»

[14 mil pessoas no estádio]:

«É fantástico estar envolvido neste ambiente. Pareciam 30 mil pessoas. Havia uma energia muito positiva em redor do jogo, muito calor humano de fora para dentro. Foi um jogo intenso, rasgadinho como se diz, não faltou vontade nem raça. Acho que é extremamente saudável. Foi um Clássico no qual o Boavista deu um carimbo do que quer e para onde quer ir.

[Mau arranque está apagado?]:

«O imediato apaga o passado recente. O arranque não foi o melhor. Sofremos um empate aos 90+5, perdemos com o Famalicão, num jogo bem conseguido da nossa parte. Era perfeitamente normal ter mais três pontos. Não é por errarmos que vamos ser diferentes ou colocar tudo em causa. Temos de ter competência a perder, a ganhar ou a empatar. Há que saber analisar, tomar medidas acertadas, que é muito importante, e que sejam de encontro às pretensões do grupo. Neste momento tenho um grupo unido e competente, e que vai fazer de cada jogo uma final. Vamos à procura de ter bons resultados e, se possível, com boas exibições.

[Boavista luta pela Europa?]:

«Temos 28. Não estamos a redefinir objetivos. Se tivéssemos ambição de lá chegar, tínhamos contratado três ou quatro jogadores como alguns fizeram. Não entraram. Somos realistas, encontramos soluções cá dentro. Primeiro quero superar a barreira dos trinta pontos e, depois quem sabe, dos 40.»