Jorge Simão, treinador do Boavista, em declarações na flash interview da SportTV, após a derrota por 1-0, frente ao Sporting:

«Devo valorizar o que foi o nosso desempenho, principalmente na segunda parte. Conseguimos mostrar uma grande superioridade territorial perante o nosso adversário, embora não tenhamos traduzido essa superioridade em ocasiões de golo. Tivemos várias aproximações à área, alguns remates e cruzamentos que podiam ter resultado em golo. Na primeira parte tivemos dificuldades. Estivemos menos pressionantes em comparação com a segunda parte. Na segunda parte acelerámos em direção à baliza contrária. Quero valorizar o desempenho da minha equipa que, em determinados momentos encostou o Sporting atrás. O Boavista bateu-se bem contra as equipas dos primeiro quatro lugares.»

«Vou falar das minhas sensações enquanto treinador e das reações dos meus jogadores dentro de campo em relação às decisões do árbitro. Há determinados lances e momentos do jogo, não vou tocar já no penálti, em que nos sentimos emocionalmente revoltados. A dualidade na amostragem dos cartões dá que pensar. Qualquer jogador do Sporting que se deixava cair, era falta. O contrário não acontecia. Em relação ao lance do penálti não quero que me digam que tenho razão. Quero que me expliquem, de uma vez por todas, como é que se deve abordar estes lances. Temos árbitros a dar instruções aos jogadores para que estes joguem normalmente. Uma coisa é bola na mão, outra é mão na bola. O Robson está a um metro e tem o braço numa posição perfeitamente normal. O árbitro assinala penálti. Temos árbitros que nos instruem neste tipo de situações. A bola vai claramente à mão, o jogador não quer defender a bola. Tem o braço numa posição natural, não aumenta em demasiado a volumetria. Quero que me esclareçam, sinceramente. No primeiro treino desta semana disse aos meus jogadores, quando estavam a defender lances na área com as mãos atrás das costas, para não fazerem isso. Perdem capacidade de rotação e de movimentação.»

«Quero valorizar o que fizemos. Disputámos um jogo emotivo. Conseguimos encostar o Sporting atrás, tivemos um maior desempenho. Faltou alguma acutilância para marcar.»

[Grande penalidade abalou a equipa]: «O futebol tem coisas curiosas. No primeiro treino da semana abordei este tema. E não é que acontece no jogo? Os jogadores ficam na dúvida. Como defendemos dentro da área? Qual é o procedimento? Quero que os árbitros sigam a mesma linha. Acho que isto é o que coloca dúvidas e que provoca sentimentos de revolta nos jogadores e treinadores. O que fica é o que acho que devo valorizar: bom desempenho da minha equipa, sobretudo na segunda parte.»

[Queria aproveitar o cansaço do Sporting]: «Não preparo o jogo a pensar que o meu adversário vai estar cansado. Preparámos a estratégia para jogar e ganhar. O adversário tem qualidade e não nos permitiu ter maior qualidade na primeira parte. Não sei se é por cansaço ou não.»

[Troca do Mateus pelo Tahar]: «Foi muito bem-sucedida. Mérito do Tahar, é um belíssimo jogador. Tem características muito específicas, sabe jogar em espaço curto e sair bem da zona de pressão Queríamos dar estabilidade e circulação de bola à equipa.

[Luta pelo quinto lugar]: «O objetivo é vencer o próximo jogo. Volto a dizer que o que move o plantel e o clube é tentar progressivamente crescer. Passa por acumular pontos, mas também por, acima de tudo, fazer com que as pessoas olhem para nós e descolem o rótulo de equipa que defende baixo, que joga em contra-ataque e que faz muitas faltas. Olhem para nós com olhos de ver. Se o rótulo está lá, queremos descolá-lo. Este Boavista é mais do que uma equipa que apenas faz isso.»