A FIGURA: Brahimi

Goleada escrita com o dialeto do magrebino. Apareceu, em suma, para bisar e arrumar quaisquer hipóteses de retoma da equipa de Portimão. Aponta o 4-1 no recomeço, inicia e acaba a jogada do encontro que dá o 5-1. Rodopios habituais e constantes pela esquerda desequilibraram o setor defensivo contrário.

O MOMENTO: Brahimi, o 5-1 do início ao fim (66’)

Belíssima jogada coletiva iniciada e acabada pelo argelino. Diagonal da esquerda para o meio, bola cai em Aboubakar, que toca de calcanhar para o remate final do camisola oito dos dragões, após uma simulação vistosa de Herrera.

OUTROS DESTAQUES:

Shoya Nakajima: já após o início da época, mas em (muito) boa hora apareceu o japonês em Portimão. Estreou-se como suplente com o Desp. Chaves, saltou para a titularidade na Luz e bisou com o Feirense. No Dragão, o toque de bola voltou a não enganar, espelho da forma destemida como o Portimonense encara os jogos. Forte no drible, rápido a encarar o adversário no um para um e com mira na baliza. Irrequieto, incansável. Classe no desvio de trivela quando reduziu o marcador para 3-1.

Corona: regresso à titularidade assinalado com duas assistências preciosas para o consolidar da vantagem do FC Porto na primeira parte: primeiro, num rasgo pela direita a dar o 2-0 a Aboubakar e depois numa arrancada pelo meio a oferecer de bandeja o 3-0 a Marega. Mexido pela direita e sem grandes precipitações nas jogadas individuais. Segurança e aproveitamento.

Marcano: imprescindível na retaguarda portista. Mais uma exibição coesa no eixo da defesa, reforçada com o que muitas vezes é mais difícil: desbloquear o 0-0 no marcador. Fê-lo, oportuno, num remate seco e eficaz aos 20 minutos dentro da área.

Paulinho: o Portimonense apareceu ousado no Dragão e discutiu taco a taco os primeiros vinte minutos. Mercê, em boa parte, do médio brasileiro, cada vez mais um homem de qualidade técnica acima da média nos algarvios. Aliás, quase todo o processo ofensivo da equipa passa pelo número oito. Deu fulgor quando a equipa andou à deriva após três golos sofridos. Iniciou com raça a jogada do golo dos visitantes, assistindo com categoria para o golo de Nakajima. Só lhe faltou marcar.

Marega: o défice de qualidade técnica é visível, mas não é à toa que tem merecido a aposta de Conceição. Aguerrido, rápido. Eficaz. Terceiro jogo consecutivo a marcar na liga, onde já leva cinco em sete jornadas. Bonita e subtil a forma como pica a bola para fazer o 3-0, que praticamente sentenciou o destino da partida. A assistência para o 4-1, ao deslizar no relvado para assistir Brahimi, reflete a luta deixada em campo.

Aboubakar: sexto golo na liga e assistência primorosa de calcanhar para o quinto e último golo do FC Porto. Redemonstrou os bons indicadores de início de época, após um jogo mais apagado em Vila do Conde.