Contemporâneos enquanto jogadores, Sérgio Conceição e Pedro Emanuel foram os últimos dois treinadores da Académica, mas o mais novo, agora responsável pelo Arouca, levou a melhor sobre o antigo colega neste sábado.

O que tem a ver a Briosa com este jogo? Pouco, ou muito, conforme as perspetivas. Além dos técnicos, também muitos jogadores que estiveram em campo partilham essa antiga ligação à cidade dos estudantes. Djavan, Salvador Agra, Éder (Marcelo Goiano está lesionado), por exemplo, tal como Nuno Coelho, David Simão ou Bruno Amaro do outro lado.

Do resultado, fica esta primeira derrota dos bracarenses, que deixaram uma imagem pálida, mas podem, ainda assim, queixar-se da (falta) sorte, pois enviaram duas bolas aos ferros na primeira parte. O pior foi o que (não) fizeram na etapa complementar.

Para os arouquenses foi, literalmente, ouro sobre azul. Com apenas um ponto no bornal à entrada para o jogo, a vitória, primeira esta época, premeia a forma como souberam interpretar as várias fases do jogo, exibindo as caraterística muito próprias a imagem que Pedro Emanuel tem feito por cultivar: raça, labor, e máxima dedicação ao jogo.

Os minhotos entraram mal no jogo, adormecidos, mal posicionados, e desatentos. O Arouca, afoito, desferiu alguns avisos, até que André Claro, numa jogada de pura inspiração, fletiu da direita para o meio e atirou em arco, ao poste mais distante.

O golo premiava a melhor equipa em campo, ou, pelo menos, a mais esclarecida quando à sua estratégia para os primeiros minutos da contenda. Era o «castigo» que os arsenalistas estavam a pedir para uma entrada tão fraca.

Recorde o AO MINUTO do jogo

Pior ainda, os comandados de Sérgio Conceição demoraram a ligar-se à partida, não reagiram ao golo, e viram até o adversário «cheirar» o segundo, mas o remate de Pintassilgo, após um livre de Bruno Amaro que «encalhou» na defesa, saiu ligeiramente ao lado.

Do lado bracarense, um livre desenquadrado de Pedro Santos era o espelho do desnorte. Incapazes de penetrar na muralha arouquense, foi precisamente de bola parada que os minhotos deram, por fim, sinal de vida.

Alan disparou ao poste, com Goicoechea a «defender com os olhos», no lance que acordou, definitivamente, a equipa de Sérgio Conceição. Com mais velocidade no jogo, mais ações pelos flancos, e Éder a abrir o livro, até ao intervalo só deu praticamente Braga.

Confira a FICHA e as NOTAS dos jogadores

O internacional português esteve próximo do empate, de cabeça, mas ainda se aproximou mais perto do cair do pano, com uma boa rotação e remate cruzado, à parte interior do poste direito da baliza de Goicoechea. Por sorte, o uruguaio viu a bola ir parar-lhe às mãos depois de ser devolvida pelo ferro.

Se o Arouca já tinha tentara tapar os caminhos para a baliza na primeira parte, cerrou ainda mais fileiras na segunda metade, deixando pouco espaço aos forasteiros. Sérgio Conceição apostou em Sami, uma estreia, meteu ainda Agra e Zé Luís, mas nem assim se viram melhoras.

Ao contrário, os donos da casa ganharam com a entrada (outra estreia) de Roberto, que, logo no primeiro lance, descobriu André Claro na esquerda, oferecendo-lhe em bandeja de outro a oportunidade para o segundo dos «canarinhos».

Não aconteceu porque Matheus defendeu, mas não deixa de ser sintomático que a melhor ocasião de golo, na fase do tudo por tudo dos arsenalistas, tenha pertencido aos arouquenses…

Já agora, foi a primeira vitória na história do clube do sopé da Serra da Freita sobre os galácticos do Minho. Do ponto de vista do Arouca, claro está…