Apesar dos maus resultados recentes, e que já eram anteriores à retoma do campeonato após a paragem forçada devido à pandemia de covid-19, Bruno Lage entende que continua a ter condições para se manter no comando técnico do Benfica.

E o treinador natural de Setúbal explicou que sinais o levam a pensar dessa forma. «Primeiro, é a forma de eu estar na vida e de trabalhar. E verificar o empenho e dedicação de todos a treinar. Você viu a nossa primeira parte e a intensidade que colocámos em campo, a nossa dinâmica e forma de jogar até atingirmos o 2-0. Com 2-0 não podíamos ter deixado o Portimonense tomar conta do jogo em termos de posse de bola. Tínhamos de continuar a pressionar e a não deixar que o adversário pudesse ter bola. É sentir que, independentemente de tudo, toda a gente trabalha diariamente com um grande empenho e dedicação em fazer o melhor. E não é de hoje: é desde o dia em que cá cheguei. Vejo isso nos jogadores», disse na antevisão ao jogo com o Rio Ave, marcado para esta quarta-feira.

O treinador do Benfica foi ainda questionado se esperava uma maior tolerância da parte dos adeptos para com ele, depois do crédito acumulado na época passada, na qual substituiu Rui Vitória num contexto difícil e acabou por conduzir à equipa ao título com uma reta final de época quase perfeita. «Viver apaixonado é isso: o apoio já é outra coisa. Sinto apoio das pessoas. Agora, se estão satisfeitas? Não. Nós [também] não estamos e queremos fazer mais e melhor. Toda a gente continua empenhada para fazer mais e melhor e dar alegrias às pessoas que têm no Benfica a paixão das suas vidas. Nunca senti falta de apoio dos adeptos: nem eu nem os jogadores», acrescentou, passando depois ao de leve pelos recentes incidentes após o empate em casa com o Tondela. «Eu e os jogadores percebemos o que é um momento que não tem nada a ver com futebol, e vocês sabem ao que eu me estou a referir, e outro de um verdadeiro adepto que gosta de futebol e apoia a equipa.»

Bruno Lage foi evasivo após ser questionado sobre se poderia garantir que continuará ao leme da equipa independentemente do resultado do jogo em Vila do Conde e procurou virar agulhas para a ambição em conquistar os três pontos.

«Isso é uma questão que não me preocupa. (…) Eu trabalhei com Carlos carvalhal e João Mário durante seis anos em Inglaterra. Vivemos como uma família. No Rio Ave está lá a minha família e está lá o meu sangue, que é o meu irmão. E ninguém tem mais motivação de vencer nesta casa do que eu. É esse o meu foco e a minha orientação», concluiu.