Por Margarida Andrade Silva*

A ideia de homenagear não era recente, mas a morte de Eusébio foi decisiva para o arranque. «Este  mural é uma homenagem ao Benfica e a Eusébio e um agradecimento ao Jesus e ao presidente Vieira», conta Carlos Dantas, autor das pinturas da Travessa da Rabicha, no bairro lisboeta de Campolide.


Em janeiro deste ano, restaurou a parede degradada e começou a dar cor à ideia. A imagem do Pantera Negra foi a primeira a decorar o mural.

Quatro meses depois, o muro já conta com a «presença» de outros cinco emblemáticos ex-jogadores do Benfica: José Torres, Cosme Damião, José Águas, Mário Coluna e Miklós Fehér.

Para além do tributo às antigas glórias, Carlos Dantas quis agradecer a Jorge Jesus e a Luís Filipe Vieira. Depois da vitória do campeonato, decorou outro muro com a imagem do treinador e do dirigente, com o emblema e o hino do clube. Dentro de dias, irá pintar o Estádio da Luz.

O autor, de pouco mais de 40 anos, tem uma empresa de climatização. É na sua oficina que dá forma ao projeto. «Faço os moldes em cartão e recorto com x-ato. Na pintura não uso sprays, é tudo feito a pincel», esclarece.

Carlos Dantas diz que é preciso ter «muito amor e muita paciência» para continuar o projeto. «Só para fazer o emblema fiquei aqui das oito da manhã até à meia-noite. Aproveito sempre os domingos e os feriados».

A mãe, Lúcia Dantas, de 74 anos, vive a uns metros do mural. «Aquele meu filho é mesmo terrível pelo Benfica, é mesmo capaz de chorar pelo clube!», conta.

Em frente à parede, já na Rua de Campolide, está a Tasquinha do Lagarto. Um restaurante de sportinguistas que parece conviver bem com o mural dos encarnados.

* aluna Pós-Gradução em Jornalismo Mediac Capital/ISCTE