FIGURA: Carlos Martins, sempre em alta-voltagem

Aos 33 anos, continua a não saber jogar de outra forma que não seja para a frente. É por ele que passa quase todo o jogo do Belenenses e esta noite, contra o Sp. Braga, não foi exceção. Teve alguns passes de rutura perigosos, principalmente na primeira parte e está ligado aos três golos dos azuis: o primeiro, de Gonçalo Silva, nasce de um canto batido por ele; o segundo de uma abertura dele para a direita; e o terceiro de um livre milimétrico para a cabeça de Tiago Caeiro. Está para durar. Só não lhe peçam para mastigar o jogo.

 

MOMENTO: golo de Gonçalo Silva, minuto 56

O Belenenses tinha sido superior ao Sp. Braga nos primeiros 45 minutos, embora sem criar oportunidades flagrantes de golo. Antes do golo de Gonçalo Silva, Julio Velázquez já estava a preparar-se para lançar Miguel Rosa em campo, à procura de dar maior profundidade à equipa. Miguel Rosa acabou por entrar, mas o golo acabou por tranquilizar a equipa e servir de base para uma vitória expressiva.

 

NEGATIVO: insegurança defensiva do Sp. Braga

A equipa minhota foi uma sombra daquilo que tem sido nesta temporada. Amorfa ofensivamente e incompetente no trabalho defensivo, principalmente naquele período em que o Belenenses cavou uma vitória confortável. E aí nem se podem queixar das alterações promovidas. Três golos sofridos, dois deles de bola parada: atípico para uma equipa grande.

 

OUTROS DESTAQUES:

André Sousa: atuou junto à faixa esquerda e teve um papel diferente daquele a que estava habituado, trocando as exigentes batalhas a meio-campo por uma maior envolvência na manobra ofensiva. Nota-se que não se sente como um peixe na água por aquelas bandas, mas protagonizou alguns bons cruzamentos e apareceu bem em zonas frontais. Aos 33 minutos teve uma boa oportunidade para marcar, mas falhou o alvo. Saiu após o 1-0, para dar lugar a Miguel Rosa.

Bakic: na primeira parte apareceu muitas vezes na primeira zona de construção, várias vezes atrás de Aguilar. Emprestou músculo nas batalhas do meio-campo, essencialmente com Filipe Augusto, o médio bracarense que mais vezes se envolvia na construção. Na etapa complementar esteve mais ativo nas zonas de construção. Acabou por ter um papel fundamental no lance do primeiro golo, ao desviar de cabeça após canto batido da esquerda por Carlos Martins.

Gonçalo Silva: marcou o primeiro golo do jogo, mas esteve irrepreensível no trabalho defensivo, ao «secar» o jovem Fortes. Pela primeira vez nesta, o Belenenses consegue ficar com a baliza a zeros em dois jogos consecutivos para a Liga. E ele esteve nos dois jogos. Coincidência?

Fortes: já tem créditos firmados pela equipa B, mas estreou-se neste domingo pela equipa principal e logo a titular. Esforçou-se mas acabou engolido por Gonçalo Silva. Também pagou pela falta de criatividade do meio-campo bracarense, incapaz de levar a bola com perigo para o ataque. Jogo ingrato para o jovem avançado de 21 anos.