A FIGURA: Bruno Varela

Quase foi crucificado depois da derrota no Bessa, mas neste regresso ao Porto o guarda-redes encarnados parece ter renascido das cinzas. As boas exibições nos últimos jogos fizeram-no ganhar de novo a baliza a Svilar e esta noite provou porque motivo voltou a ser o «padroeiro» das redes encarnadas. O primeiro quarto de hora da segunda parte é paradigmático de como «São» Varela salvou o Benfica esta noite no Dragão. Logo aos 50’ defende um remate em arco de Brahimi, aos 56’ defende o remate de Aboubakar, num lance em que Herrera faz golo na recarga, mal anulado, e aos 58’ trava o remate cruzado do isolado Marega, num lance em que o árbitro Jorge Sousa (muito mal auxiliado) considera pontapé de baliza em vez de canto. Tremeu aos 71’, quando largou a bola e quase permitiu a recarga de Otávio. Nada, ainda assim, que manchasse uma excelente exibição.

O MOMENTO: Minuto 90’+3. Como se falha isso, Moussa? (parte 2)

As luvas de Varela já haviam conseguido salvar o Benfica uma mão cheia de vezes, mas o FC Porto também errou o alvo quase outras tantas… Já nos descontos, praticamente no último lance da partida, Otávio aproveitou um erro de Grimaldo, ganhou a linha e cruzou com régua e esquadro para a pequena área: estava lá Marega, que sozinho na pequena área não conseguiu mais do que atirar de cabeça por cima.

Outros destaques:

Jonas

Determinante a pressionar a primeira fase de construção portista. Mesmo quando parece alheado do jogo está constantemente com o radar ligado. Nesta noite em que o metro quadrado do relvado do Dragão era caro devido à escassez de terreno, o brasileiro foi proativo: caiu sobre os flancos, procurou espaços e importunou constantemente a defensiva portista. Não foi uma exibição de gala, mas esteve em plano positivo.

Krovinovic

O croata ex-Rio Ave traz ao meio-campo do Benfica critério e qualidade de passe. Quando joga, nota-se, apesar da sua juventude, uma maturidade na zona intermediária que faltou à equipa de Rui Vitória na Liga dos Campeões (competição na qual não foi inscrito). Além da certeza de passe, Krovinovic foi também dos únicos a reagir nos momentos finais da partida, perante um FC Porto cada vez mais asfixiante. Esteve perto do golo bem perto do final, mas aí valeu José Sá, com uma mancha perfeita.

Salvio

A sua condução permitiu ao Benfica ter alguma bola no meio-campo contrário e respirar nos momentos em que o FC Porto deixava – sobretudo com o crescendo dos dragões na segunda parte. Faltou-lhe aparecer mais no último terço do terreno. Nota positiva, ainda assim.