O BCP e o Novo Banco adiantaram cerca de 30 milhões de euros, relativos a créditos a receber pelo Sporting do contrato com a PPTV.
A informação foi, de uma forma geral, avançada pelo último relatório e contas, tendo sido recordada entretanto pelo Correio da Manhã.
Ora segundo é dito no documento enviado à CMVM, o Sporting já recebeu cerca de 30 milhões do contrato de direitos televisivos e de exploração da publicidade estática de Alvalade, tendo agora de ressarcir os bancos em 15 milhões até 30 de junho de 2017 e em mais 14,7 milhões de euros até 30 de junho de 2018.
Basicamente os bancos anteciparam o valor a receber da PPTV, sendo que na altura em que efetivamente receber o dinheiro, o Sporting reencaminha-o para os bancos. A isto acrescenta uma taxa de juro de 3,25 por cento, a pagar até à liquidação total da dívida.
Este contrato de factoring (que permite ao Sporting receber os valores adiantados) foi herdado da anterior direção, sendo revolving: sempre que o Sporting paga uma prestação aos bancos, este adianta uma seguinte.
A administração leonina tem vindo a reduzir os valores de factoring em dívida aos bancos, sendo que nesta altura esses valores são de cerca de 30 milhões de euros. Em 2013, quando Bruno de Carvalho chegou à presidência, os valores correspondiam a cerca de dois anos posteriores de contrato, sendo agora bastante inferiores, portanto.
O Sporting, recorde-se, chegou a acordo na última época com a PPTV para renegociar o contrato, tendo conseguido melhorar as condições: tinha a receber 45 milhões em três anos, conseguiu aumentar para 69 milhões (passou de 15 milhões/ano para 23 milhões).
Por isso, e ao que foi possível saber, tem nesta altura a receber 46 milhões (relativo a dois anos), sendo que 30 milhões são para ressarcir os bancos: sobram 16 milhões para receber em dois anos, até ao fim do contrato, em 2018, começando depois o contrato com a NOS.
Refira-se por fim que o factoring é um instrumento muito utilizado pelas SAD dos grandes, de forma a ter imediato em caixa o valor contratualizado para receber mais tarde.
Nos casos de Benfica e FC Porto, o factoring até é muito utilizado em vendas de jogadores, recorrendo os dois clubes a empresas externas que adiantam o dinheiro contratualizado para ser recebido em tranches ao longo dos anos.
