Jogador do FC Porto entre 2001 e 2005, com vários títulos conquistados, Costinha recordou o passado ao serviço dos azuis em brancos, numa conversa promovida nas redes sociais dos dragões.

«No FC Porto é preciso muito trabalho e dedicação, é preciso dar 200 por cento todos os dias. Às vezes vou ao Estádio do Dragão e quando passo no túnel do autocarro e vejo as imagens que estão lá de muitos jogadores ainda sinto pele de galinha, está ali história», começou por dizer.

Imagino que qualquer jogador que passa ali sente uma grande responsabilidade. Vestes o fato do FC Porto e depois para o despir é muito difícil. É um clube muito importante na minha vida», confessou.

O antigo internacional português lembrou depois a mentalidade que aquele grupo orientado por José Mourinho tinha: «Vou dizer, sem querer faltar ao respeito a ninguém. Durante o campeonato, íamos para os jogos a apostar qual seria o resultado, por quanto íamos ganhar. Era a nossa mentalidade, o desejo que tínhamos de ganhar era muito grande.»

«Tínhamos uma equipa muito unida. Às vezes passávamos mais tempo entre nós do que com a nossa família. Às vezes íamos almoçar depois dos treinos, ficávamos a falar e quando reparávamos já eram 19h00. Se não fosse esta união, se calhar não tínhamos tido dois anos tão bons», prosseguiu.

Costinha falou depois do golo decisivo que marcou ao Manchester United e que apurou o FC Porto para as meias-finais da Liga dos Campeões de 2003/04.

«Tudo o que aconteceu não estava planeado. Eu tinha de estar na barreira e não estava. Depois fui para a área e reparei que o Maniche estava ao pé do O’Shea, que era muito mais alto do que ele. Foi toda uma conjetura que levou ao golo, foi um libertar de emoções. Foi a alegria de ajudar o FC Porto.»

O agora treinador lembrou também a Taça Intercontinental ganha pelos dragões frente ao Once Caldas, em 2004.

«Por causa do Carlos Alberto e do Diego quase levei uma surra. Foram provocar os colombianos no final do jogo e eles começaram a crescer. Entretanto vieram ao balneário dizer-me que o número três do Once Caldas queria falar comigo. O gajo estava à minha espera sem camisola e eu fui muito cauteloso, mas ele disse-me: 'Gostava de trocar a camisola contigo, tu é que serenaste os ânimos...' Pensava que ele me queria acertar o passo», contou.

«Nesse jogo eu estava chateado e enfurecido. Do meio-campo para trás estávamos a tentar ganhar o troféu, do meio-campo para a frente estavam a tentar ganhar o carro [quem fosse eleito o homem do jogo ganhava um carro]. (...) Havia gente que parecia que queria ganhar mais ganhar o carro do que o jogo.»

[Artigo atualizado]