[artigo atualizado às 16h02]

As competições profissionais de futebol poderão voltar a disputar-se, mas com algumas condicionantes, devido ao surto do novo coronavírus.

Quem é o diz é o Presidente da Liga de Clubes, Pedro Proença, que em entrevista à rádio TSF avançou que já existem mesmo, em cima da mesa, algumas formas de tal acontecer. «Jogar à porta fechada é uma possibilidade», referiu.

Nesta entrevista Proença revelou igualmente o grande objetivo da estrutura que organiza os campeonatos profissionais de futebol em Portugal: «Queremos rapidamente voltar à normalidade. Estamos dependentes das instâncias governamentais e as próprias entidades internacionais estão a dar-nos linhas importantes. Na reunião desta quarta-feira na UEFA temos a expectativa de receber instruções sobre o futuro das provas internacionais. Mas os clubes estão com esse espírito de que as competições devem recomeçar o mais depressa possível. Temos três meses para esta retoma e estamos a trabalhar diariamente para, assim que pudermos, regressarmos de forma imediata.»

Questionado sobre a possibilidade de prolongar a presente temporada para julho ao agosto, o presidente da Liga insistiu que a prioridade é aproveitar o espaço temporal criado pelo adiamento do Euro2021 (até 30 de junho, nomeadamente).

«Todos já percebemos que é fundamental que as ligas nacionais terminem as épocas desportivas, pois permitirá terminar esta época com a normalidade possível e preparar a próxima com tudo o que isso envolve. Não se pode colocar em causa a presente temporada e as próximas. Acreditamos que vai ser possível jogar esta temporada. Queremos ter campeão e equipas a subir e a descer», referiu Pedro Proença.

«Somos uma indústria e temos já uma comissão de acompanhamento de impacto económico, em que vemos questões como os seguros, por exemplo. O grande número do dinheiro que se perde só saberemos depois do tempo que vai demorar a retoma da atividade. O futebol vai ter que se regenerar e reinventar. Depende da variável-tempo. Estamos a criar planos de contingência em função do tempo e a falar com todos os parceiros, incluindo sindicatos, Associação de treinadores, Federação, APAF. Para perceber se será necessária alguma reestruturação em termos salariais. Vamos ter todos de fazer sacrifícios e precisar de todos para fazer esta retoma», acrescentou ainda.

O presidente da Liga abordou também uma possível situação de lay-off no futebol: «São instrumentos que o governo tem colocado à disposição e mediante a consequência da redução de receitas, há instrumentos que também o futebol terá de usar. Esperemos que não seja necessário, mas se as receitas reduzirem terão de ser usados também esses instrumentos. Vamos tentar evitar os processos de rotura [em alguns clubes], precisamos de todos à mesa.»

Em Portugal as competições profissionais foram suspensas desde 12 de março devido à pandemia da Covid-19 que, no nosso país, já provocou até ao momento 160 vítimas mortais e 7443 infetados.