O Sindicato dos Jogadores (SJPF) disse confiar no cumprimento escrupuloso dos cuidados necessários para que o regresso da Liga no final do mês seja feito com o menor risco possível.

«Neste momento não vale a pena criar alarme. Acho que já todos percebemos que o primeiro-ministro [António Costa], a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e os clubes exigem as condições necessárias e vão cumpri-las escrupulosamente. É esse o sinal que se exige e que se está a dar», afirmou Joaquim Evangelista em declarações à Lusa.

«Ninguém arrisca avançar sem que estejam garantidas essas condições. A posição do primeiro-ministro e a presença da FPF e da LPFP na reunião em Belém foram fundamentais, até para o futebol mostrar que o regresso já não passa apenas pelo jogador, árbitro, treinador ou sindicato. É o Governo que exige que seja desta maneira e só assim admitiu que a Liga se realizasse», acrescentou o presidente do Sindicato.

Sublinhe-se que a realização dos 90 jogos ainda está sueita à aprovação da Direção-Geral da Saúde (DSGS), que irá deliberar sobre um plano sanitário apresentado pela LPFP ao Governo.

Ainda em declarações à Lusa, Evangelista manifestou variadas preocupações, nomeadamente no que diz respeito a questões salariais, prorrogação dos contratos (os que terminarão a 30 de junho, quando a época não estiver concluída), cedências, direito a férias e seguros. «Sobre este parâmetro, falámos esta semana sobre isso e iremos resolvê-lo no âmbito do contrato coletivo de trabalho, subscrevendo um documento transversal a todos os jogadores. Tudo vai ser consensualizado antes do reinício da competição», vincou o dirigente, que abordou por fim o término da II Liga.

«Houve clubes que se sentiram mais visados do que outros e essa decisão indignou aqueles jogadores que quiseram tomar rapidamente uma posição. O facto de o comunicado do Feirense aparecer a seguir ao comunicado do sindicato revela um bocadinho isso. Falei com o capitão [Ricardo], que me transmitiu que o plantel deveria manifestar essa indignação. Estou solidário com esse ponto de vista», referiu um dia depois de o sindicato ter manifestado desilusão e preocupação pelo fim imediato da II Liga.

«A posição do sindicato é clara: a decisão é injusta e discriminatória e põe em causa princípios muito importantes da competição, mas está tomada pelo Governo por razões de saúde pública e não podemos fazer mais nada. Agora, nunca ninguém aceitou, nem está a pôr em causa, que clubes e jogadores sejam tratados de forma diferenciada. Ou seja, não houve intenção de distinguir os jogadores da I e II Ligas», disse Joaquim Evangelista, que vincou a importância de encontrar caminhos para garantir que a decisão tomada não põe em causa direitos fundamentais dos jogadores.