8 de março de 2020 foi um domingo de futebol com cinco jogos de Liga. Quando pela noite terminou o Paços Ferreira-V. Guimarães (1-2), que fechou a jornada 24 e teve 4105 espectadores nas bancadas, o futebol como o conhecíamos despedia-se, ainda que não o soubéssemos. Nunca mais foi igual. Na semana seguinte tudo se precipitou. A 11 de março a propagação da covid-19 levou a Organização Mundial de Saúde a declarar formalmente que o mundo vivia uma pandemia e a realidade transformou-se num filme apocalíptico. Confinamentos, medo, os serviços de saúde sob pressão, mortes. A vida de cada um suspensa.

O futebol, também ele, parou. A pandemia fez tudo o resto passar para segundo plano, em vagas sucessivas que nos levaram da perplexidade à esperança, à solidariedade também, mas igualmente à frustração. Também agudizou diferenças. No futebol, as competições de topo voltaram, mas o futebol de formação continua parado, um ano depois. Sem treinos, sem jogos. Adeptos, jogadores, treinadores, dirigentes e clubes procuram lidar com uma realidade em que passou a mandar a incerteza. Uma crise nunca antes vista, com consequências já evidentes e muitas outras ainda difíceis de prever para o futuro.

Em dez pontos, num dossier dedicado ao tema, o Maisfutebol lança um olhar para aquilo que a pandemia mudou no futebol português, com a ajuda de quem viveu estes tempos por dentro, na Liga, também de quem trabalha com a formação, e ainda de dados que dão a medida do impacto da covid-19. E que impacto.

Um ano depois, o que a pandemia mudou