E ao 17.º jogo fez-se luz. O Marítimo venceu este sábado o Portimonense por 2-1, num jogo bem disputado e que teve muita emoção até ao apito final. Edgar Costa abriu a contagem, perto do intervalo, e Jorge Correa quase sentenciou a partida bem perto a cinco minutos do seu término. Mas um penálti bem cobrado Paulinho, aos 90', levou a incerteza até ao derradeiro suspiro.

FICHA DE JOGO E AO MINUTO

Sem Nakajima nem Jackson Martínez, lesionados, o técnico António Folha lançou João Carlos e Lucas Fernandes na frente de ataque. Os algarvios procuravam dar continuidade à série de três vitórias consecutivas na Liga, a última das quais frente ao Benfica (2-0), e entraram em campo sabendo da condição de desespero do Marítimo, que carregava o peso de não saborear uma vitória há 16 jogos, em todas as provas oficiais.  

Do lado insular, a ausência mais notada foi a de Petit, uma vez que o técnico não conseguiu regressar à Madeira a tempo após ter assistido ao funeral do pai, no norte do país. Sem o seu timoneiro, o Marítimo foi a jogo consciente da urgência de vencer e com pequenas alterações relativamente ao jogo de Braga (derrota por 2-0), cedo fez questão de avisar que este jogo tinha mesmo de ser diferente dos outros.

Ante um Portimonense algo lento e igualmente previsível, os madeirenses dominaram as operações durante a primeira meia hora de jogo. Logo no primeiro minuto, Rodrigo Pinho, com cabeceamento perigoso, após cruzamento de Fábio China, desde a esquerda, podia ter inaugurado o marcador. E, quatro minutos depois, Edgar Costa, lançado por Zainadine, esteve ainda mais perto de marcar, com um chapéu a Ricardo que passou muito perto do poste direito da baliza algarvia.

O pendor ofensivo madeirense manteve-se mesmo depois da lesão de Fabrício, que levou à entrada de Gamboa, aos 14’. Pouco depois desta alteração que em nada mudou o sistema tático dos verde-rubros, Joel Tagueu e Rodrigo Pinho não deram seguimento a cruzamento muito perigoso de Edgar Costa à boca da baliza de Ricardo.

Já perto da meia hora, um remate sem nexo Joel Tagueu, desaproveitou mais uma oportunidade do Marítimo. Era expectável um abrandamento por parte dos madeirenses e tal veio a acontecer depois deste lance. Aproveitou o Portimonense, que, num espaço de cinco minutos, obrigou Charles a três grandes intervenções.

Aos 31’, Paulinho, em cima da meia lua, rematou forte para grande defesa de Charles, que depois se opôs novamente a uma ‘bomba’ Dener, disparada em cima da quina da grande área, do lado esquerdo do ataque algarvio. O ‘hat-trick’ do guardião brasileiro foi estabelecido aos 36’, desta a feita a negar o golo a Lucas Fernandes, num disparo cheio de intenção desferido desde o meio da rua cheio de intenção.

O sofrimento madeirense estava, contudo, destinado a ser compensado. Aos 40’ uma falta de Ruben Fernandes, cima da linha da grande área, sobre Rodrigo Pinho, deu origem a um livre direto bem ao jeito de Edgar Costa. Houve quem tivesse pedido para ser Correa a cobrar, desde a bancada, mas foi mesmo o extremo madeirense a atirou e de modo a deixar Ricardo Ferreira como mero espetador: só viu a bola entrar...

Com pouco tempo para o intervalo, o conjunto de António Folha ainda procurou o empate, mas sem crença. Mas o jogo prometia mais emoções fortes para a etapa complementar. E elas aconteceram mesmo. Correa abriu as hostilidades, com um remate de fora de área, aos 53’, mas no mesmo  minuto Ewerton respondeu, ficando desta feita Charles a ver a bola passar muito perto da barra.

Após várias substituições de parte a parte, o jogo Portimonense viu Charles negar-lhe o empate em duas ocasiões, e mais uma vez com paradas seladas com intervenções de grande nível.  E quando não defendia para a fotografia, o guardião dos madeirenses revelava grande sentido de oportunidade com saídas seguras e oportunas.

Com o jogo já algo partido, fruto do tudo ou nada do Portimonense, acabou por sofrer o segundo,  anotado por Jorge Correa, numa transição rápida iniciada pelo seu compatriota Barrera.

O golo foi efusivamente festejado pelas hostes insulares, mas ainda havia mais emoções, e fortes, reservadas ate ao apito final. Charles ainda assinou mais uma grande defesa, mas depois não conseguiu defender uma grande penalidade assinalada em cima dos 90’, por falta de Bebeto sobre Manafá. Chamado a converter, Paulinho não deu hipóteses e deu esperança à equipa para pelo menos levar um ponto do Caldeirão, que pouco antes já dava a vitória como certa.

Mas os cinco minutos de descontos dados pela equipa liderada por Tiago Martins foram aproveitados pelo Marítimo com muita cabeça e o triunfo acabou mesmo por sorrir a quem mais dele precisava.