Ainda não foi desta que o Marítimo pontuou na presente Liga. Os madeirenses até marcaram primeiro e foram para o segundo tempo na frente, mas uma etapa complementar mais esclarecida e eficaz por parte do Gil Vicente ditaram uma reviravolta que se aceita como justa. 

João Henriques, que se estreou no comando dos verde-rubros após suceder a Vasco Seabra, mostrou um coletivo bem montado na primeira meia hora. Mas a turma de Ivo Vieira soube ser paciente e, com critério, procurar o triunfo que lhe confere oito pontos em seis jogos. 

Ambas as equipas iniciaram o duelo com os olhos nas balizas, mas com o passar do tempo, as redes dos minhotos passaram a ser o alvo mais posto à prova. Joel Tagueu e Mosquera, em duas ocasiões bem construídas pelo ataque insular, ainda antes do quarto de hora, podiam ter inaugurado o marcador, mas definiram mal na hora de tentar bater o guardião Andrew.

A equipa de João Henriques, mais assertiva na pressão alta e na construção, com muitas jogadas ao primeiro toque, dominava as operações perante um Gil o que só a espaços conseguiu chegar, e sem perigo, à baliza de Miguel Silva.        

O cheiro a golo foi-se intensificando para o lado dos madeirenses e só não aconteceu aos 26 minutos porque Andrew opôs-se bem a um remate quase à queima-roupa por Leo Andrade, lesto a atacar um ressalto perto da pequena área. Andrew viria, contudo, a ser batido no minuto seguinte, na sequência do canto que foi obrigado a conceder. Bruno Xadas encarregou-se da cobrança, na direita, e Léo Andrade antecipou-se para desviar de cabeça para o 1-0. 

A desvantagem levou a equipa de Ivo Vieira a subir as linhas, até com o consentimento dos insulares, mas a turma verde-rubra, com o passar do tempo, deixou-se dominar em demasia e teve de apanhar alguns sustos. 

Fran Navarro, aos 36 minutos, assinou um remate à trave, e Pedro Tiba, que surgiu em boa posição, atirou à figura do guardião Miguel Silva, quatro minutos depois. Foram os melhores momentos de perigo do domínio gilista, no último quarto de hora do primeiro tempo avassalador. Tanto que praticamente não deixou o Marítimo aventurar-se para lá do seu meio campo defensivo até ao apito para o intervalo.

O pendor ofensivo dos minhotos manteve-se intenso no reatamento e foi com alguma naturalidade que o empate foi reposto aos 48. Fujimoto, bem desmarcado no lado esquerdo, foi até à linha cruzar rasteiro para Fran Navarro antecipar-se a Miguel Silva para fazer o 1-1. Sem espinhas, pois a equipa de Ivo Vieira entrou mesmo com tudo para chegar ao empate muito cedo.

A formação gilista foi tirando o pé do acelerador, ante um Marítimo pouco ofensivo, e acabou por facilitar e passar por alguns calafrios. 

Em cima do minuto 60, Joel Tagueu acertou no poste, num lance em que o avançado camaronês também atirou contra um defesa, ficando os madeirenses a pedir penálti por mão na bola. Mas equipa de arbitragem mandou seguir. Do canto que se seguiu, Andrew teve de aplicar-se para impedir um golo olímpico a Edgar Costa. 

Aos 74 minutos, foi a vez do recém-entrado Lucho Vega tentar a sua sorte. O argentino, bem servido à entrada da grande área e em zona frontal, rematou forte mas a bola saiu por cima da trave dos gilistas.

O Gil também tentou desde meia distância, mas a reviravolta no marcador só chegou na sequência de um pontapé de canto. A bola, batida desde o lado direito, foi ganha de cabeça por Lucas Cunha em zona frontal e foi ter com Fran Navarro, que ao segundo poste encostou com sucesso perante a tentativa de "mancha" de Miguel Silva.

Ainda faltavam cinco minutos para os 90, mais descontos, mas a intranquilidade apoderou-se do Marítimo. A equipa madeirense ainda conseguiu chegar várias vezes à área de Andrew, mas sempre com pouca cabeça e muita ansiedade colocada na definição.