A FIGURA: Cassierra

Por diversas vezes, Petit assumiu a falta de um goleador na equipa do Belenenses. Pois bem, ele apareceu numa das noites mais importantes da época. A jogar como referência ofensiva dos azuis, Cassierra não precisou de muito para marcar, e a dobrar.  Logo aos 13 minutos, o colombiano aproveitou a passividade de Matheus Reis e, sorrateiramente, surgiu na cara do golo. Depois, aos 54 minutos, só teve de aproveitar o brinde de Adán para bisar. Jovane roubou-lhe a capa de herói em cima da hora.

O MOMENTO: Jovane e um ponto fora de horas, 90+6 minutos

O Sporting estava a poucos segundos de perder a invencibilidade no campeonato quando Tiago Esgaio cometeu penálti por mão na bola. Lançado por Amorim, Jovane assumiu a responsabilidade, com a pressão acrescida de ter visto João Mário falhar um castigo máximo na primeira parte. Jovane não imitiu o colega e resgatou um ponto que pode ser precioso para os leões.

OUTROS DESTAQUES

Kritciuk

A defesa ao penálti de João Mário, em cima do intervalo, é sublime. O remate do internacional português é forte, mas o guarda-redes foi ágil o quanto baste para evitar, na altura, aquele que seria o golo do empate. Além disso, esteve sempre seguro quando chamado a intervir. No golo de Coates, nada podia fazer, assim como no segundo penálti, o de Jovane, no qual ainda adivinhou o lado.

Coates

Começa a ser uma inevitabilidade Coates salvar o Sporting nos últimos minutos. Detsa vez não foi ele o herói, mas foi ele a começar a resposta leonina. Defensivamente foi a voz de comando que tem sido, mas foi pelo ataque que o uruguaio ganhou destaque na história do jogo. Ainda faltavam quase 15 minutos de jogo e já o capitão verde e branco estava a jogar praticamente como ponta de lança. A aposta surtiu efeito, já que cerca de dez minutos finais, Coates deixou o Sporting com menos montanha para escalar. Mais um golo na conta, o sétimo na temporada.

Miguel Cardoso

Nota-se bem que é acima da média para a realidade do Belenenses. Rápido, deu algumas dores de cabeça ao lado direito da defensiva leonina, leia-se, Pedro Porro e Gonçalo Inácio. É um desequilibrador nato e também por isso é que foi o primeiro a desbravar o caminho do golo de Cassierra, com um lance bem trabalhado precisamente Inácio que culminou com um belo passe sem olhar para Silvestre Varela.

Paulinho

Ruben Amorim negou na antevisão do jogo que Paulinho esteja com problemas de confiança, mas o cenário não é favorável ao avançado. Titular na frente do ataque, o internacional português somou mais uma noite infeliz de leão ao peito. Não conseguiu marcar, apesar de ter tido algumas oportunidades, e ainda teve um lance que fica na retina: com tempo e espaço, rematou frouxo e à figura de Kritciuk, quase de forma tímida. Se não é falta de confiança, algo será.

Adán

Real Madrid, Betis e Atlético de Madrid. Parte do currículo do guarda-redes espanhol até chegar a Alvalade passou por estes três clubes. Muito experimentado, o jogador de 33 anos tem sido um dos destaques dos leões – mereceu elogios após o triunfo em Faro –, mas esta quarta-feira teve uma noite para esquecer, com o lance do segundo golo em destaque, em que literalmente entregou a bola para o bis de Cassierra. Acontece a todos, mas este é um erro que Adán não quererá repetir.