O Santa Clara somou esta segunda-feira o terceiro triunfo em três jogos e subiu ao sétimo lugar da classificação ao vencer em casa do Marítimo, por 2-1, em jogo da 18.ª jornada da Liga. A primeira vitória dos açorianos no Caldeirão foi feita com uma reviravolta consumada com golos de Crysan e Carlos Junior, que anularam o golo de Joel Tagueu, conseguido através da marca de grande penalidade.

Entre a urgência de voltar às vitórias por parte do Marítimo (três desaires consecutivos na Liga), e a necessidade de aproveitar o bom momento para continuar a somar pontos (duas vitórias e um empate), o «dérbi» insular prometia um jogo bem disputado e, a espaços, foi o que aconteceu em campo, mas os golos ficaram reservados para o segundo tempo, bem como a emoção.

Para a inverter a crise de resultados, Milton Mendes operou seis alterações no onze do Marítimo relativamente ao que apresentou na derrota por 2-0 frente ao Sporting. Caio Secco rendeu Amir na baliza, enquanto Zainadine regressou ao eixo da defesa, para fazer dupla com Lucas Áfrico, tendo Correa, Milson, Soderstrom e Pelágio sido lançados a titulares.

Do lado do Santa Clara, que vem fazendo um campeonato muito mais tranquilo que os madeirenses, o técnico Daniel Ramos repetiu o onze que empatou em Faro na última ronda.

O conjunto açoriano esteve muito perto de marcar logo no primeiro minuto de jogo, por intermédio de Crysan, que não conseguiu aproveitar um erro de Caio Secco, valendo um grande corte de Lucas Áfrico. O ‘sinal mais’ do Santa Clara manteve-se por mais alguns minutos, e Carlos Júnior, pouco antes do quarto de hora, com remate repentino a corresponder um lançamento lateral, levou o esférico a passar muito perto da baliza madeirense.

Os verde-rubros entraram algo nervosos, jogado na expectativa, mas a confiança foi crescendo com o passar do tempo e aos 14 minutos, Zainadine Júnior desviou com muito perigo num livre lateral, mas a bola foi ter com o guardião Marco Pereira.

Seguiu-se um jogo algo faltoso, o que proporcionou muitas oportunidades para tirar de lances de bola parada, que não originaram grande perigo. Sem conseguir entrar a jogar no último reduto madeirense, os açorianos começaram a recorrer à meia distância, mas também sem muito sucesso.

Passado o nervosismo inicial, a equipa de Milton Mendes começou a assentar o jogo, construindo com critério e mantendo a posse de bola, que desde do início da partida vinha sendo dos açorianos. O último quarto de hora viu a equipa da casa a mandar nas operações, mas sem mostrar capacidade para chegar ao golo. No melhor lance criado pelo ataque verde-rubro, Milson cruzou bem desde a esquerda mas Joel Tagueu cabeceou muito ao lado.

O ascendente madeirense voltou depois do descanso, com a equipa de Milton Mendes a criar várias oportunidades nos primeiros minutos do segundo tempo, com destaque para um cabeceamento de Lucas Áfrico que obrigou o guardião Marco a aplicar-se.

Com as linhas mais subidas e pressionado alto, os verde-rubros reentraram na partida mais soltos e confiantes, e a pressão acabou por dar frutos aos 60 minutos, graças a uma falta cometida por Villanueva sobre Áfrico. Joel Tagueu, desde a marca dos 11 metros, disparou sem hipóteses, chegando ao quinto golo da época na Liga.

Esperava-se uma reação açoriana, mas foi a turma madeirense a ficar muito perto de ampliar a vantagem, seis minutos depois, numa transição rápida que culminou com um cruzamento bem medido de Ruben Macedo, desde a direita, para uma cabeçada de Correa, junto ao primeiro poste, que foi parada com uma defesa difícil de Marco.

Daniel Ramos não gostou da brincadeira e mexeu na equipa pouco depois. E as alterações acabaram por inverter o rumo do jogo, em pouco mais de quatro minutos. O recém-entrado Ukra foi lesto e visionário a mudar de flanco e colocando a bola em Carlos Júnior, na direita, que por sua vez deu de primeira para a finalização de Crystan.

Quando o Marítimo ainda procurava perceber o que aconteceu, o Santa Clara operou a ‘cambalhota’, em novo lance em que a defesa madeirense ficou a ver jogar. Zainadine faz um corte deficiente e deixa o esférico rolar até Rafael Ramos, que cruza da direita para Carlos Júnior receber com o pé esquerdo e rematar com o direito, com a bola ainda a embater na trave antes de deslizar nas redes.

O Marítimo reagiu mal à reviravolta e só aos 87, conseguiu ficar perto da igualdade, com Renê Santos, de calcanhar, mas para defesa segura de Marco Pereira.

Já nos descontos, e aproveitando o muito espaço concedido pelas linhas madeirenses, Caio Secco impediu um resultado mais volumoso ao negar um bom remate de Carlos Júnior.