O Desp. Chaves conquistou, no terreno do Arouca, a segunda vitória da época. Com a estratégia bem desenhada por Jorge Simão, os flavienses foram inteligentes a controlar o jogo, a fechar os caminhos para a sua baliza e a sair em velocidade, tentando apanhar a equipa da casa desorganizada. A equipa de Lito Vidigal, num jogo de pouco fulgor e bem longe do nível exibicional da época transata, demonstrou-se sempre incapaz criar lances de perigo em bola corrida e acabou por esbarrar quase sempre na muralha transmontana.

O Arouca procurava inverter o ciclo negativo, apenas uma vitória nas últimas quatro partidas a contar para a Liga, e Lito Vidigal apresentou duas alterações no onze titular em relação à última partida com o Benfica: Marlon e Artur deram lugar a Velázquez e a Walter González. Jorge Simão, por seu turno, repetiu o onze do empate frente ao Vitória de Setúbal da ronda anterior.

Pese embora as alterações levadas a cabo na equipa da casa, foram os flavienses, invictos até ao momento nesta edição da Liga, juntamente com Sporting, Benfica e Braga, que entraram melhor na partida. O Desp. Chaves, com as linhas baixas, cedeu a iniciativa de jogo ao Arouca e procurou sair em transições rápidas, utilizando sobretudo a velocidade de Fábio Martins e a mobilidade de Braga, que deambulava nas costas do avançado Rafael Lopes. E foi à formação de Trás-os-Montes que pertenceram as duas primeiras ocasiões de golo: primeiro por intermédio de Battaglia, num pontapé de fora área que Bracali sacudiu para canto, e logo de seguida através da meia-distância de Braga, com o guarda-redes brasileiro do Arouca novamente a responder da melhor maneira.

O Arouca procurava equilibrar a partida, mas revelou uma incapacidade gritante em penetrar na muralha defensiva dos comandados de Jorge Simão, recorrendo sistematicamente a pontapés longos para se aproximar da baliza de Ricardo Nunes. Ainda assim, a espaços, os visitados foram criando situações de perigo em lances de bola parada.

Irreverência de Fábio Martins e faro de golo de Perdigão

À passagem da meia hora o jogo esfriou e entrou num ritmo baixo e lento. Fábio Martins tentou sacudir a apatia que tomou conta da partida num pontapé sem preparação que por pouco não surpreendeu o dono da baliza arouquense. Quatro minutos depois, o extremo formado no FC Porto cruzou largo ao segundo poste ao qual Perdigão respondeu afirmativamente, aproveitando a desconcentração de Rafael Bracali, para dar vantagem - justa diga-se - à equipa de Chaves.

A segunda parte trouxe um Arouca com outra disposição. O técnico da equipa arouquense trocou Marlon pelo apagado Mateus o que vaticinava um Arouca mais perto da área adversária. E assim foi. Os arouquenses elevaram os níveis de intensidade, subiram linhas e procuram a criar perigo perto da baliza flaviense, nem sempre com grande discernimento e lucidez: abusaram dos lançamentos longos e dos cruzamentos para área.

Embora o regresso das cabines tenha feito bem à equipa da casa, foram os transmontanos a criar a primeira situação de golo de segundo tempo. Livre ganho na meia esquerda pelo irreverente Fábio Martins, cobrado por Braga que obrigou Bracali a trabalhos forçados.  

O Arouca voltou a revelar dificuldades em superar as linhas da equipa de Jorge Simão e nem mesmo as substituições operadas por Vidigal, entrada de Artur e de Kuca, surtiram a efeito. A exceção foi um remate de ressaca de Velázquez, na sequência de uma ‘carambola’ na área do conjunto forasteiro.

O Desp. Chaves por falta de eficácia e em alguns momentos por desacerto dos seus homens atacantes foi incapaz de ampliar o marcador e dar outro conforto ao resultado. Ainda assim e no período de descontos, Walter González, numa fase em que o Arouca procurava o golo mais com o coração do que com a cabeça, teve nos pés uma soberana ocasião de empatar a partida mas Ricardo Nunes negou o golo. Foi o canto do cisne para a equipa de Arouca que viu o Desp. Chaves roubar-lhe pontos nesta visita à Serra da Freita.