Miguel Leal queria um Boavista à procura da melhor onda e o resultado surgiu ao fim de quatro jornadas. Um golo do central Raphael Branco, aos 59 minutos, garantiu o triunfo ao Boavista na receção ao Desp. Aves (1-0). Primeiros três pontos para a turma do Bessa e fuga ao último lugar, agora pertença da equipa da Vila das Aves.

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A urgência de vitória implicou mudanças. No ataque, Miguel Leal lançou Iván Búlos ao centro e Mateus descaído na esquerda, com Sparagna a render Robson no centro da defesa. Do outro lado, Ricardo Soares apostou em Derley e Ryan Gauld, dupla que criou o primeiro lance de perigo do jogo. O escocês serviu o brasileiro, mas o remate saiu enrolado, frouxo e ao lado.

Numa primeira parte com algumas boas oportunidades junto das duas balizas, faltou mais pontaria e poder de concretização. O Desp. Aves mostrou sempre mais conforto com bola, jogou à vontade no meio campo do Boavista, mas não deu grande trabalho a Vagner.

Do outro lado, a espaços, os homens de Miguel Leal perderam alguma timidez inicial e Renato Santos deixou o primeiro aviso. Sem a qualidade de posse inicial dos avenses, com algum chuto para a frente, o Boavista agarrou-se à força do corredor direito para criar perigo. Foi dali, com alguns cruzamentos, que Renato Santos e Edu Machado criaram mossa na defensiva contrária. Rochinha, ativo pelo meio, fez aquecer as mãos de Adriano, num forte remate frontal.

O Desp. Aves reagiu rematador ao sinal boavisteiro, aproveitando algum adormecimento dos da casa em cima do intervalo. Faltou, no entanto, mais pontaria nos remates de Ryan Gauld e Vítor Gomes.

No reatamento, expetativa natural. Duas equipas à procura de falhas contrárias. Perante um Aves consistente, o Boavista continuou a explorar o que de melhor tinha tirado na primeira parte e teve sucesso. Pela ala direita, claro. Rochinha cavou uma falta a Nélson Lenho, Renato Santos bateu para a área, a defensiva avense afastou e Raphael Branco fez o desvio final após recarga de Idris.

Ricardo Soares reagiu com a entrada de Guedes, mas o ataque do Desp. Aves, reforçado, sofreria um duro revés aos 69 minutos. Derley tentou desviar o cruzamento de Gauld, chocou com Vagner e viu o cartão vermelho, mostrado por João Capela após auxílio do videoárbitro.

Na ressaca da expulsão, foi ainda assim o Desp. Aves a criar perigo. Guedes penteou o livre de Salvador Agra e abriu o livro de Vagner: o guardião boavisteiro voou, segurou e voltou a brilhar a cinco minutos dos noventa, a cabeceamento de Sami. Duas defesas cruciais que mantiveram a vantagem dos axadrezados.

As entradas de Arango e Sami deram músculo ao ataque avense, mas faltou melhor seguimento a vários livres e cruzamentos na parte final. O Boavista aguentou a vantagem nos nove minutos de compensação e poderia ter sentenciado, mas o remate de Carraça esbarrou num adversário.