Daniel Ramos estreou-se a vencer no comando técnico do Boavista. Os axadrezados venceram na Vila das Aves (0-1) com um golo de Cassinao, conseguindo os três pontos num terreno onde não vencia há dezanove anos, desde o ano do título, em 2001. Há cinco jogos sem vencer, o regresso aos triunfos vale um salto significativo para o meio da tabela.

Num embate entre o último classificado e a equipa que estava há mais tempo sem vencer na Liga, faltou qualidade ao encontro e nem a intensidade compensou os poucos predicados técnicos. Jogo pobre, com poucos motivos de interesse. Sem chama, no fundo, sem nervo nem fúria.

Cenário que fez com que uma bola parada definisse o encontro quando estava decorrida uma dúzia de minutos. Prémio para a equipa mais competente, o Boavista, que após marcar relativamente cedo teve capacidade para suster o pretenso ímpeto reativo do Aves.

Bola parada desfaz nulo

A necessitar de pontos, Aves e Boavista entraram em campo precisamente acusando esse estigma. A viragem para a segunda volta faz regredir a contagem de jogos que há pela frente, passando-se a jogar cada vez mais de olhos postos nos pontos e menos na exibição.

Sobraram faltas e duelos taco a taco no setor intermediário, pelo que as balizas foram pouco mais do que meros adereços. Basta verificar que se chegou ao intervalo apenas com um remate enquadrado com a baliza, a dar o golo ao Boavista.

Pontapé de canto movimentado no lado esquerdo por Carraça, no coração da área o avançado Cassiano cabeceou à ponta de lança para o fundo das redes. Beunadeau ainda de esforço, conseguiu desviar o esférico, mas apenas para a trave. Gesto técnico assinalável do boavisteiro.

O máximo que o Desp. Aves conseguiu, apesar de até ter mais iniciativa, foi ver um remate de Yamga desviar num defesa e quase trair Helton Leite. Competente, o Boavista foi segurando a vantagem, sendo a organização suficiente para segurar a resposta atabalhoada da equipa da casa.

Aves sem capacidade de resposta

Ditam as regras que, normalmente, quem está a perder esboça uma reação. O chá do intervalo poderia ser benéfico para os avenses nesse sentido, mas a realidade é que o Boavista entrou forte no segundo tempo, disposto a agir em vez de reagir à tal expectável reação da equipa de Nuno Manta Santos.

Uma bomba de Carraça de livre tentou assustar logo nos instantes iniciais, mais um remate de Cassiano por parte das panteras tentou  precaver qualquer tentativa de bater as asas dos avenses. Com esta postura os axadrezados mantiveram a equipa da casa em sentido e controlaram o jogo.

O Aves chega ao fim do jogo sem uma oportunidade clara de golo, acabando por perder a oportunidade de pontuar duas jornadas seguidas, o que ainda não aconteceu, não aproveitando os dois jogos consecutivos no seu terreno.

Balão de oxigénio para o Boavista, que volta a vencer quase dois meses depois do último triunfo. Cava um fosso significativo para os lugares de despromoção.

 

VÍDEO: os melhores momentos do Aves-Boavista