O fator (José) Mota fez-se sentir no Desportivo de Chaves. O técnico entrou a vencer na sua aventura ao leme do emblema transmontano, conseguindo uma importante vaga de ar repleta de oxigénio para uma equipa que voltou a vencer depois de seis jornadas sem conhecer o sabor do triunfo.

Vitória na Vila das Aves (0-1), no terreno de um adversário direto, que aproxima os lugares a salvo e dá nova alma a uma equipa que há muito anda submersa. Este triunfo nas Aves não dá para saltar para fora da linha de água mas funciona como um estímulo e como uma injeção de confiança.

O sérvio Maras estreou-se a marcar e decidiu o jogo na sequência de um pontapé de canto, carimbando aos dez minutos um triunfo muito festejado conjuntamente com cerca de mil adeptos flavienses que se deslocaram até Santo Tirso.

Mantém-se a tradição. Com uma prestação pragmática e realística o Desportivo de Chaves venceu o terceiro jogo em outras tantas deslocações às Aves em jogos a contar para o principal escalão do futebol português.

Uma questão de conforto

Apesar de correr, à partida, atrás do prejuízo dada a situação incómoda em que se encontra na tabela classificativa, o Desp. Chaves não acusou a pressão e entrou a demonstrar mais conforto do que propriamente a equipa da casa, com outra dose de tranquilidade.

O Aves atacou sempre muito, à base da força e com muito coração. Faltou o discernimento que os flavienses demonstraram quando conseguiram chegar com critério às imediações da baliza de Beunardeau. Singh avisou logo nos instantes iniciais com um remate ao poste, chegaram aos golo os comandados de José Mota aos dez minutos.

Canto do regressado Bressan, ao segundo poste o sérvio Maras foi mais forte no ataque à bola, atirando de cabeça para o fundo das redes. Vantagem para os transmontanos numa fase embrionária do encontro, reforçando o ímpeto inicial.

Fez por ser ainda mais aguerrido o Aves, com vários despejos de bola para a área, caudal ofensivo elevado mas sem o pragmatismo necessário. Um cabeceamento de Baldé, à qual António Filipe correspondeu com uma grande defesa, causou frisson e num canto direto Rodrigo quase abanou as redes, valendo Maras a cortar.

Segurar como for possível

Esperava-se que o chá do intervalo tivesse efeitos na equipa avense, que provocasse uma reação mais enérgica. Entre oportunidades de ambos os lados e desde cedo com Inácio a abdicar do sistema de três centrais, a reação avense lá se fez sentir.

Como ditam as leis do futebol, com mais pressão do cronómetro do que propriamente com controlo emocional, o Desportivo das Aves acercou-se da baliza adversária. Registou vários remates, algumas iniciativas mas com pouco critério.

A ordem no Desportivo de Chaves foi segurar como fosse possível a vantagem de um golo. Esbarrou na organização flaviense o ímpeto avense, voltando a perder os homens de Inácio depois de três jornadas sem sofrer qualquer derrota.

Perde a oportunidade de fugir à zona aflita o Aves, ficando embrulhado entre os aflitos. Respira o Chaves, à boleia de uma entrada vencedora de José Mota. Um regresso feliz à Vila das Aves.