Na eficácia esteve o ganho. Que o diga o Feirense e que o lamente o Desp. Aves. A equipa da casa foi quase sempre melhor, mas não descolou na tabela, graças ao proveito visitante na única ocasião clara. Valencia empatou após o tento de Fariña. Satisfação de um lado, lamento do outro pelo que se passou.

É pelo momento decisivo da primeira parte que começamos. O erro monumental de Cris foi o pico da apatia do Feirense na primeira parte e uma fatalidade. Quem não a desperdiçou foi Fariña, que apontou um golo já procurado há algum tempo pelo Desp. Aves.

Para se ter uma ideia da inoperância ofensiva do Feirense, Beunardeau acabou por ser um espetador na primeira parte. Não fez uma defesa. Os fogaceiros não remataram à baliza em 45 minutos. A equipa de Nuno Manta até ganhou alguma definição com Crivellaro a orientar o jogo atacante. Mas as ausências, por exemplo, de Tiago Silva e Luís Machado, foram sentidas.

Tamanha expetativa na fuga à cauda da tabela não deixou os treinadores quietos no banco. Mota e Manta sempre de pé, a variarem estados de espírito. O primeiro, irritado com a falta de concretização. O segundo, preocupado com o andar do relógio. Estavam melhor os avenses.

Pior ficou o Feirense com a velocidade imposta por Baldé. Arrancou cartões amarelos a Tiago Gomes e Babanco, condicionando o defesa e o médio. Depois, obrigou Caio à primeira grande defesa (21m).

Foi aquele o primeiro aviso para o vendaval atacante do Desp. Aves até ao intervalo. Uma equipa mais unida, com constante ajuda dos extremos a defender e dos laterais a atacar. As bolas colocadas por Rodrigo na área foram constante perigo para Caio Secco.

O golo estava iminente para os avenses e surgiu já após uma ocasião iminente de Derley, a rasar o poste. A vantagem ajustava-se ao intervalo.

Desp. Aves-Feirense: ficha e filme do jogo

Seria surpreendente que o Feirense surgisse com a mesma cara para a segunda parte. Pior era quase impossível.

Mas a verdade é que a toada continuou após o descanso. Baldé teve duas ocasiões - uma até anulada num fora de jogo inexistente - e aí foi Caio Secco a ser decisivo.

Vida difícil para Manta, que não se estendeu à derrota. Nem ele, nem Crivellaro. O número 50 foi um oásis de definição e futebol para o Feirense. Petkov já ia reforçar o ataque, mas antes brilhou o brasileiro. Rasgou a defensiva avense com um passe que Valencia não desperdiçou na recarga a uma primeira defesa de Beunardeau.

Desp. Aves-Feirense: os destaques do jogo

O minuto 64 trouxe eficácia, acordou o Feirense com o golo numa rara oportunidade e equilibrou forças. Mas continuou a dar Aves: Fariña, Vítor Costa e Falcão deram o aviso. Faltou pontaria. Depois, Caio negou o 2-1 a Fariña.

Certo é que o Feirense também conseguiu ser o que não fora até ao 1-1: mais equilibrado a defender e a sair para o ataque, também fruto do risco avense em resgatar a vantagem perdida. Crivellaro – quem mais – quase deu a volta ao marcador.

Tamanho aperto em segurar o ponto ou agarrar a vitória resultou em ânsia, mais luta e raça e defesas trancadas. José Mota acabou expulso e nada mais mudou. Ninguém escapa da zona de descida.