Cumpriu-se a tradição. Quarto jogo entre Desp. Aves e Marítimo na Vila das Aves a contar para o principal escalão do futebol português, quarto empate. Num jogo pobre, os dois emblemas não tiveram mestria para abanar as redes, empatando sem golos num embate entre equipas em contraciclo.

O Desp. Aves falhou a terceira vitória consecutiva, facto que seria inédito no clube em todas as passagens pela primeira divisão. O Marítimo não conseguiu dar um safanão na crise e cumpriu a nona jornada consecutiva sem vencer, ficando em branco pelo terceiro jogo seguido.

A tarde de mau futebol não foi, portanto, nem histórica para o melhor Aves da época nem serviu de analgésico para o pior Marítimo da época. Um ponto para cada lado, sendo este resultado mais penalizador para um Dep. Aves que acabou por fazer mais por vencer.

Insulares anulam cruzamentos

A diferença anímica entre as duas equipas fez-se sentir no relvado e o moralizado Desp. Aves entrou com maior ímpeto no encontro, a jogar de forma mais solta alegre. Com Amilton em plano de destaque, sempre velocíssimo a desequilibrar, a equipa de José Mota fez por se instalar no meio campo do Marítimo.

Em branco nos dois últimos jogos e com apenas três golos marcados nas oito últimas jornadas, o Marítimo voltou a sentir muitas dificuldades para articular o seu jogo. A equipa de Daniel Ramos tentou manter-se organizada, conseguiu-o em parte na manobra defensiva, mas esteve muito curta para se esticar até ao ataque.

O domínio avense traduziu-se quase exclusivamente em cruzamentos para a área da Charles, sendo a defensiva insular suficiente para ir limpando os lances sem problemas de maior para o seu guarda-redes. Com maior ou menor dificuldades, Zainadine e Pablo anularam os cruzamentos da equipa da casa na primeira metade.

Sem arte para abanar as redes

Após o período de descanso, Facchini e Charles foram chamados a intervir com grandes intervenções, anunciando uns segundos quarenta e cinco minutos diferenciados da primeira metade. Primeiro foi Facchini a travar uma bomba à queima-roupa de Tadjo, depois Charles defendeu em voo um desvio de cabeça de Diego Galo.

Falsa promessa. O jogo foi mais aberto na segunda metade, o domínio avense esfumou-se e rapidamente as duas equipas encaixaram-se. O Marítimo até dispôs de mais movimentações ofensivas, com Joel Tadjo a estar em plano de destaque, pela negativa, ao falhar uma oportunidade soberana quando estava em boa posição. Na etapa complementar voltou a estar por cima o Aves, procurou criar perigo, mas sem sucesso.

O nulo no marcador acabou por se arrastar até ao último sopro de João Pinheiro. Faltou arte a Desp. Aves e Marítimo abanar as redes num empate que não agradará totalmente a ninguém e serve como mal menor para os dois conjuntos. Jogo pobre com um resultado que nem foi histórico para o Aves, nem analgésico para o Marítimo.