Doze anos depois o Nacional voltou a jogar na Vila das Aves, aproveitando o embalo no dérbi da Madeira para conseguir um triunfo moralizador (2-3). Os insulares fizeram o que ainda não tinham feito, somando pela primeira vez dois triunfos consecutivos e ultrapassando três clubes na tabela classificativa, o Tondela, o marítimo e o próprio Desportivo das Aves.

Depois de uma série de jogos sem vencer, o Nacional está a subir de rendimento. Venceu com pragmatismo frente a um Aves que vinha de um bom momento, mas que não se consegue encontrar com a estabilidade desejada. O médio Vítor Gonçalves e o extremo Camacho, este último de grande penalidade, carimbaram o triunfo que Rochez se limitou a confirmar.

Obrigados a mexer na defesa comparativamente com a última jornada, José Mota e Costinha fizeram apenas uma alteração forçada nos seus conjuntos. Mota fez alinhar Defendi no lugar do lesionado Galo e no Nacional o castigado Júlio César deu o seu lugar a Diogo Coelho, que logo nos instantes iniciais quase era expulso.

Ponck resgata avenses perdidos

Intensidade foi coisa que não faltou à flor da relva nas Aves, por vezes até a mais. Próximo na tabela, os dois emblemas gladiaram-se de forma destemida e até viril, com várias entradas arrojadas. Logo aos quatro minutos o árbitro João Pinheiro teve de recorrer às imagens para decidir se uma entrada de Diogo Coelho era merecedora de cartão vermelho.

Galvanizado pelo triunfo no dérbi madeirense, o Nacional demonstrou mais atributos. Com um sentido prático assinalável, com poucos toques na bola o conjunto de Costinha chegou-se várias vezes à frente, adiantando-se no marcador aos 21 minutos. Cruzamento da direita de Camacho, Vítor Gonçalves faz-se à bola de carrinho de forma impetuosa a finalizar.

Apenas um lance de bola parada resgatou o Aves, que rubricou uma primeira metade abaixo do que vinha a demonstrar. Na ressaca de uma bola parada Ponck foi com tudo à bola e cabeceou para o fundo das redes apenas doze minutos depois do golo sofrido.

Com duas perdidas assinaláveis, o médio Jota foi um dos principais responsáveis pelo empate registado ao intervalo. Esteve duas vezes na cara do guarda-redes André Ferreira, mas em nenhuma das oportunidades conseguiu dar seguimento à boa jogada e desperdiçou.

Nacional confirma supremacia

Na segunda metade o figurino foi diferente. Decresceu a intensidade, aumentaram as cautelas dos dois conjuntos, que mais do que as correrias para a frente fizeram por não se expor taticamente.

Lances de bola parada passaram a ser o modelo privilegiado para os pupilos de José Mota e Costinha tentar criar perigo junto. Foi precisamente num desses lances que o Nacional passou para a frente do marcador. Nildo derrubou Kalindi, no castigo máximo Camacho fez o segundo insular e lançou a equipa de Costinha para o triunfo.

Jogo de bancos depois do golo, José Mota lançou Rodrigues e Baldé, terminando jogo com quatro jogadores no ataque. Costinha não quis ficar atrás e reajustou a equipa, lançando os velocistas Rochez e Riascos. Levou a melhor o treinador insular, uma vez que venceu no meio campo e dispôs de várias oportunidades para marcar.

Rochez fez o terceiro num lance de combinação com Riascos. Numa primeira instância foi assinalado fora de jogo, mas o VAR validou o posicionamento regular do ponta de lança, carimbando-se assim quase que definitivamente o triunfo. Quase porque Baldé ainda reduziu, mas sem capacidade para conseguir pontos.

Perde oportunidade o Aves de conseguir um terceiro triunfo consecutivo na Liga, que seria histórico. Depois da tempestade o Nacional parece ameaçar encontrar-se com ventos de bonança. Triunfo justo em casa do Aves, um adversário direto.