Uma bomba cirúrgica de Rodrigo, outra mais violenta de Nildo com um raide da esquerda a fechar. Foi com que recurso a material bélico que o Desp. Aves venceu o Portimonense (3-0), dando seguimento ao momento feliz dos avenses. A equipa de José Mota partiu para o sexto jogo sem perder, em todas as provas, aumentando a margem para os lugares de despromoção.

Na ressaca da euforia da Taça de Portugal os avenses usaram todo o armamento no campeonato para regressar aos triunfos depois de dois empates, ganhando um balão de oxigénio quando o calendário põe pela frente duas saídas nas próximas duas jornadas, a próxima das quais ao Estádio da Luz. Há quatro jogos que a baliza avense fica a zeros.

A goleada sofrida diante do FC Porto não foi digerida da melhor forma pelos algarvios, que perderam a oportunidade de saltar para a primeira metade da tabela. O conjunto de Vítor Oliveira teve uma prestação pálida, longe daquilo que já fez esta época.

Rodrigo com controlo remoto

Num embate entre duas equipas que fazem da organização a plataforma de equilíbrio para posteriormente potencializarem a velocidade dos seus executantes na frente de ataque, foram as bolas paradas os primeiros focos de desestabilização. Desp. Aves e Portimonense encaixaram-se e fizeram por bloquear as investidas adversárias.

Características que fizeram então vir ao de cima os lances de bola parada, com livres e pontapés de canto a serem o maior foco de tensão junto das áreas. Numa fase em que o Portimonense tentava suster o maior ímpeto da equipa da casa, Rodrigo Soares estreou-se a marcar com uma obra de arte.

Livre direto superiormente cobrado, uma bomba cirúrgica acionada por controlo remoto. O lateral atirou por cima da barreira para fora do alcance de Ricardo Ferreiro, estilhaçando no fundo das redes e causando mossa na equipa algarvia. Lance de bola parada a dar expressão ao domínio avense sobre o Portimonense.

Nildo com mais explosão

A resposta do Portimonense tardou e numa fase crucial do encontro Nildo foi o responsável pelo dano maior nos algarvios. Nova bomba, esta mais explosiva e destruidora. O esquerdino subiu pela esquerda e esperou pelo momento certo para aplicar o golpe no adversário. Remate fortíssimo e violento com o pé esquerdo, com um efeito letal a sobrevoar Ricardo Ferreira.

Via aberta para o triunfo do Aves, carimbando-se definitivamente o triunfo já na reta final do encontro com um raide de Nélson Lenho na esquerda a permitir a Derley fazer o terceiro do jogo para os avenses. Noite para esquecer do Portimonense, para além da exibição paupérrima, também a sorte nada quis com os algarvios. Nakajima fez o remate mais perigoso do Portimonense em todo o jogo, mas viu a bola embater no poste.

Triunfo bélico do Desp. Aves, repleto de eficácia e de momentos de futebol agradável perante um Portimonense irreconhecível que sofreu oito golos nos últimos dois jogos. Seis jogos sem perder do Aves, cinco deles na Liga. José Mota agarrou uma equipa que precisava de rumo e encaminhou-a para a permanência.