Foi o capitão a mostrar o caminho. À sexta jornada o Aves livrou-se do rótulo de única equipa que não sabia o que era vencer ao derrotar o Portimonense (3-0) com um triunfo ligado umbilicalmente a Vítor Gomes. O capitão assinou um hat-trick e foi a figura maior de uma noite para mais tarde recordar.

A nível pessoal, claro, mas também para o Aves. Exibição de encher o olho e com várias barreiras ultrapassadas, a encher de ar os pulmões da equipa de José Mota. Uma das piores defesas do campeonato manteve a baliza inviolável e os três golos marcados, tantos como até agora, fazem a equipa deixar a cauda das equipas menos concretizadoras.

Um mês depois o Desp. Aves volta a marcar e vence quatro meses depois do último triunfo. Demasiado tempo para a equipa que é, convém não esquecer, o detentor da Taça de Portugal. E já que falamos de tempo, a equipa de José Mota não poupança nesse parâmetro e entrou praticamente a vencer. Depois geriu as incidências e teve lucidez, ou melhor, Vítor Gomes teve lucidez para chamar a si o papel e comandante e deu a estocada na equipa que viajou desde Portimão.

Arranque avassalador

Entrada a todo o gás do Aves. Com pressa de fugir à cauda da tabela, o conjunto de José Mota entrou no terreno de jogo com uma vontade estonteante. Muito pressionante na zona nevrálgica do jogo, o Aves recuperou várias bolas em posição de se lançar rapidamente em direção à baliza de Leo.

Uma estratégica que deixou os algarvios atónitos e sem capacidade de reação. Sem marcar há mais de um mês, o conjunto do concelho de Santo Tirso adiantou-se no marcador logo aos oito minutos. Canto na direita cobrado por Rodrigo, Defendi emenda de cabeça para o poste e o capitão Vítor Gomes encostou para o fundo das redes quando estava livre de marcação.

Entrada a vencer que nem assim fez os pupilos de José Mota tirar o pé do acelerador, conquistando vários cantos e colecionando lances de potencial perigo, que apenas não entram nas estatísticas como jogadas de maior nomeada devido às tomadas de decisão que nem sempre foram as melhores.

O Portimonense deu um ar da sua graça nos minutos finais a meias com o desgaste acumulados das pilhas dos enérgicos médios avenses. Com o baixar de intensidade do Aves a qualidade do Portimonense sobressaiu e João Carlos acabou a desperdiçar duas oportunidades.

Com pilhas recarregadas voltou a pressão

Ameaçou reagir à desvantagem o Portimonense, mas o intervalo serviu como que de carregador para o Aves, que voltou a entrar com a corda toda na segunda metade. Novamente com muita pressão nos duelos, os avenses entraram fortes e se na primeira parte Vítor Gomes precisou de oito minutos para marcar na segunda metade precisou apenas de seis.

O capitão puxou dos galões, apelou ao músculo e na sequência de um lançamento foi mais forte do que toda a gente. Primeiro tentou de sola, depois fez a ressaca de pé esquerdo, contando ainda com um desvio adversário para ver a bola embater no fundo das redes.

Acusou o golo o Portimonense, cabisbaixo não teve grande capacidade de resposta e depois de fazer golo com os dois pés Vítor Gomes fez o terceiro de cabeça. À ponta de lança, esta noite deu para tudo, o vila-condense ganhou nas alturas e carimbou os três pontos, se é que ainda não estavam carimbados.

Cai o pano sobre a jornada seis, desligam-se os holofotes sobre uma exibição moralizadora do Aves perante um Portimonense que não capitalizou o triunfo da última jornada. Desligam-se os holofotes, mas é impossível deixar de terminar com Vítor Gomes. O brilho do desta exibição do capitão perdurará como uma das melhores da carreira.