Desde cedo ficou percetível a necessidade de somar pontos. A jogar melhor ou pior, ainda que fosse preciso meio para atingir o fim. Afinal, estavam os dois últimos classificados em campo, na Vila das Aves.

A posição de avenses e algarvios não indicava, necessariamente, que a plateia esperasse um jogo parco em qualidade, às vezes de maior coração que cabeça. Mas a verdade é que se viu alguma sofreguidão na ânsia de não errar, a esconder o talento que alguns dos intérpretes têm. Sobretudo na primeira parte.

Num olhar à classificação, tinha bem mais o Desp. Aves a perder que o Portimonense, que distava um ponto da zona de permanência. A equipa de Manta tinha menos de metade – seis – dos 14 pontos do rival. Muita fruta, ainda que este fosse também um teste à resistência de Folha, sem Jackson Martínez, lesionado, e com o estreante Nishimura.

Do outro lado, em boa hora Welinton regressou ao onze inicial. Foi, a par de Banjaqui e Mohammadi, a figura de um trio que fez a Folha ao Portimonense para o triunfo por 3-0. O brasileiro, o francês e o iraniano marcaram e construíram as jogadas dos golos.

O minuto 54 foi o de uma felicidade rara para o Desp. Aves, quando Welinton lançou o conforto de uma vitória que o nulo ao intervalo não anunciara. Do relvado ao banco de suplentes. E a uma bancada que não teve a claque, em protesto no exterior, mas a cantar.

O 1-0 coroava a equipa que mais tinha feito, no meio de um jogo de nervosismo, repelões e um relvado com imperfeições junto às áreas e no meio campo.

Desp. Aves-Portimonense: toda a reportagem do jogo

O Aves assustou aos 31 segundos num cruzamento-remate de Reko. Depois, apareceu Welinton, a afinar a pontaria. Foi em crescendo o brasileiro: primeiro, um remate em arco passou a centímetros do poste (17m). Depois, atirou ao ferro (25m). Mais ataques, mais cantos e claras ocasiões, pese o equilíbrio num espetáculo que ia pedindo mais. De pé e interventivos, Manta e Folha espelhavam a insatisfação.

O Portimonense só conseguiu assustar à meia hora, num livre de Henrique que Pedro Sá desviou de cabeça: a bola rasou o poste.

A entrada forte do Aves no segundo tempo foi coroada com a vantagem e esta deu maior conforto à equipa de Manta. Depois do 1-0, ficou sempre mais perto o 2-0 do que o empate. Banjaqui e Welinton esbanjaram, mas foi uma questão de minutos.

Folha operou duas alterações ofensivas: Marlos e Beto, por Hackman e Aylton. O colombiano espevitou os algarvios, mas Beunardeau e companhia livraram-se de sustos.

A escassez na resposta do Portimonense virou arraso, quando Banjaqui e Mohammadi resolveram o jogo em cinco minutos. Primeiro, o luso-guineense concluiu uma rápida transição conduzida com classe por Mohammadi. Depois de servir, o iraniano assinou o sétimo golo da época após boa jogada de Banjaqui, com assistência de Welinton.

Um trio fatal nos três golos do Aves matou a reação do Portimonense aos minutos 74 e 79 e deu aos nortenhos a terceira vitória na Liga, sem contestação, ensaiada após uma prestação viva com o Benfica. Há Luz para o lado das Aves. A derrota teve como consequência o adeus de Folha a Portimão.

O resumo do jogo: