FIGURA: Nuno Santos

O Rio Ave conseguiu ter maior caudal ofensivo no final da primeira parte e a alteração tática momentânea do Aves após o golo sofrido soltou ainda mais a ação do extremo pela esquerda. Cruzamentos perigosos saíram do seu pé esquerdo e um deles, após o reatamento, provocou mesmo o erro para o autogolo de Bruno Morais. Só faltou mesmo o golo a uma exibição consistente, negado por um grande momento de Beunardeau antes do 0-3 de Tarantini.

MOMENTO: um autogolo fatal (48m)

Talvez no melhor e até súbito momento do Desportivo das Aves no jogo, logo no início da segunda parte, o Rio Ave beneficiou da infelicidade de Bruno Morais para dar uma sentença dura à equipa de Nuno Manta. Filipe Augusto lançou a velocidade de Nuno Santos no corredor esquerdo e o extremo português cruzou forte, provocando uma abordagem infeliz do central brasileiro para o segundo golo do jogo, que criou uma diferença difícil de deter pelos locais.

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OUTROS DESTAQUES

Piazón: está a consolidar-se nesta equipa do Rio Ave. Sétimo jogo consecutivo e, sem dúvida, a fase de maior influência nesta equipa de Carvalhal, à direita, no trio de apoio a Taremi. Decisivo no toque que isola o iraniano e que provocou a falta de Bruno Morais para penálti. Tem olho ofensivo, versatilidade. Características demonstradas nas várias aproximações à grande área para concluir. Ao minuto 33, assina um cabeceamento na zona de penálti que ficou a centímetros do golo.

Welinton: ativo no ataque do Desportivo das Aves, foi, a par de Banjaqui, quem mais mossa causou à equipa de Carvalhal na defensiva. Logo após o reatamento, ficou perto do empate com um remate em vólei e teve rasgos interessantes que desequilibraram, mas só não tiveram melhor seguimento porque a equipa visitante estava atenta a descortinar os espaços desejados pelo brasileiro para servir os colegas.

Taremi: décimo golo na temporada assinado com o abrir do marcador na Vila das Aves, após o próprio ter ganho o lance do penálti, numa falta de Bruno Morais. Foi inteligente na procura de espaços e nas combinações com Diego, Piazón e Nuno Santos e criou bastantes dificuldades pela intensidade e músculo dado ao jogo.

Kieszek: decisivo no final da primeira parte e no início da segunda, para evitar que a história do jogo fosse outra. Duas boas defesas, quando foi chamado a intervir, a última delas mais espetacular, a Welinton, após a primeira a Banjaqui.

Tarantini: exibição responsável do capitão a conduzir e a equilibrar a equipa no meio campo, coroada com uma leitura inteligente no pontapé de canto que conclui para o terceiro golo. Segunda jornada seguida a marcar.

Diego Lopes: raça nas ações defensivas e um golo a abrilhantar a marca pessoal no jogo, de penálti, na compensação. Aquele que Beunardeau lhe negara minutos antes. É um dos restos do bom momento e da consistência da equipa.

Bruno Morais: de forma negativa, por estar intimamente ligado a três golos sofridos pelo Desportivo das Aves. Faz a falta para o penálti que Mehdi Taremi converte para desatar o nulo e, depois, ao tentar cortar o cruzamento de Nuno Santos, faz autogolo, que arrasou a equipa após uma entrada audaz e ofensiva na segunda parte.