Estreia feliz de Augusto Inácio no comando técnico do Desp. Aves. O emblema avense voltou a vencer dois meses depois, pondo fim a uma série de seis jogos sem ganhar com o triunfo (2-1) sobre o V. Setúbal. Dois golos de pontapé de canto, um de Derley e outro de Baldé, fazem o Aves espreitar a superfície.

Não dá para largar os lugares de despromoção, mas vale como um balão de oxigénio, como se diz na gíria. Em sentido inverso o V. Setúbal contabiliza o nono jogo sem vencer, acentuando a queda que vem a protagonizar na tabela classificativa

Começou mais audaz o Aves, aduiantou-se no marcador por Derley, mas viu os sadinos reagirem bem e chegar ao empate por Cádiz. A expulsão de Cascardo provocou um assalto final dos avenses, que por Baldé confirmaram três preciosos pontos.

O primeiro onze de Inácio teve quatro novidades. O novo técnico, que esteve no banco mas não na ficha de jogo, sendo Costeado a assumir as indicações no banco, apostou no regresso de Galo após vários jogos de ausência por lesão, e fez regressar ainda Beunardeau, Rodrigo e Vítor Gomes. No lado sadino, o técnico Lito Vidigal trocou apenas Zequinha por Rúben Micael.

Derley dá expressão ao domínio

A entrada em campo do Desp. Aves foi avassaladora. Sem vencer há dois meses e numa situação aflitiva na tabela, o conjunto avense apresentou-se destemido e ciente da obrigatoriedade de começar a escalar tabela acima para fugir aos lugares de despromoção.

Tirou vários cruzamentos nos instantes iniciais, conquistou uma série de pontapés de canto e acercou-se da baliza de Cristiano de forma evidente perante um V. Setúbal encolhido. Foi uma questão de tempo até os avenses se adiantarem no marcador tal o caudal ofensivo.

O golo chegou ao minuto dezassete na sequência de um pontapé de canto, com Derley a aproveitar uma interceção defeituosa de Dankler ao primeiro cabeceamento de Ponck. O brasileiro levou com o esférico à queima-roupa, mas teve ainda astúcia para empurrar para o fundo das redes.

Tento justificado num pontapé de canto que se seguiu a um aviso sério dos avenses, no minuto anterior Fariña tinha atirado com estrondo ao ferro da baliza de Cristiano, guarda-redes que via Beunardeau ser apenas um espetador. Lito Vidigal não gostava do que via e, por isso, mexeu na equipa ainda na primeira metade ao fazer entrar Hildeberto. A resposta foi positiva, quanto mais não seja porque os sadinos conseguiram esticar o seu jogo até à área contrária.

Reação sadina traída por Cascardo

Teve sequência na segunda metade a resposta sadina. O Vitória de Setúbal entrou disposto a lutar pelo resultado e chamou a si maior iniciativa, a meias com um Desportivo das Aves que evitou expor-se e, por isso, esteve mais na expetativa fazendo por gerir a vantagem mínima.

Precisou apenas de dez minutos o V. Setúbal para igualar o encontro, aproveitando de forma letal um erro do Aves. Rodrigo deu mal para o corredor central, Éber Bessa deu rapidamente para Cádiz e na passada o atacante rematou de primeira depois de ganhar em velocidade a Galo, assinando o empate com um remate violento.

Jogo relançado, perspetivava-se uma meia hora aberta com as duas equipas a lutar pelo triunfo, mas esse cenário foi traído pela expulsão de Cascardo. Segundo cartão amarelo para o lateral direito sadino, a potencializar o crescimento do Aves. Foi o que aconteceu. Balanceou-se para o ataque o Aves e voltou a marcar num pontapé de canto, desta feita por Baldé.

Triunfo moralizador para o Aves, faz acalmar as águas, que deixam de ser turvas e permitem que se espreite a superfície. Dois meses depois, com o efeito Inácio o Desp. Aves regressa aos triunfos. Parece não ter fim à vista a série negativa do V. Setúbal.