O Desp. Aves, já condenado à descida de divisão, mostrou ao V. Setúbal a sentença. No papel de réu, ainda na luta pela sobrevivência, o emblema sadino saiu derrotado da Vila das Aves (1-0), ficando numa posição delicada na tabela classificativa. A equipa de Setúbal pode cair para a linha de água esta jornada.

Com Lito Vidigal a estrear-se no comando técnico do V. Setúbal, um regresso de urgência para servir de advogado de defesa com caráter de urgência, faltaram argumentos para conseguir a absolvição para este V. Setúbal. Uma equipa desgarrada, perdida em campo e que até a primeira grande penalidade que dispôs neste campeonato falhou.

Já condenado, o Desp. Aves teve a sua cota-parte de responsabilidade no triunfo. Sem ganhar há onze jogos e depois de sete jogos em branco, sem marcar qualquer golo, os avenses apresentaram-se com mais ânimo, parecendo até ter mais em jogo do que propriamente o emblema sadino.

Início de loucos

Esse estigma positivo do Aves notou-se logo aos quatro minutos, beneficiando de uma grande penalidade convertida por Mohammadi. O iraniano não desperdiçou e oito jogos depois, 684 minutos, voltou a assinalar um golo avense na ficha de jogo. Penálti convicto do atacante, a adiantar o Aves no marcador.

Mas, quatro minutos depois o árbitro João Bento voltou a apontar para a marca dos onze metros, desta feita assinalado o primeiro penálti da presente edição da Liga para os sadinos. Aflalo não quis quebrar o bom arranque avense e levou a melhor sobre Nuno Valente, sustento com mestria o castigo máximo.

Início de loucos. Respirar fundo para reencher os pulmões. Tanta história em sete minutos. Uma história que, contudo, não teve seguimento. Jogo atabalhoado, sem muita qualidade em que, mesmo assim, pertenceu aos avenses a maior crença, a maior vontade e a maior garra com o intuito de ser feliz.

Resposta ao ferro

Mostra de alma renovada do Vitória de Setúbal no início do segundo tempo. Duas bolas ao ferro no espaço de um minuto. Primeiro foi Mansilla depois foi Hildeberto a atirar ao poste, prometendo uma reação forte do conjunto sadino à desvantagem.

A reação existiu, como mandam as regras da bola quando uma equipa está a perder, mas sem organização. Aplicou-se a velha máxima, mais coração do que cabeça na corrida contra o tempo. Uma corrida contra um adversário reduzido temporariamente a dez em virtude da expulsão de Diakhite, mas Sílvio voltou a ser expulso e igualou os pratos da balança.

O Aves deu o tal grito de revolta pedido por Nuno Manta Santos, voltando a vencer doze jogos depois, agudizando a crise sadina. O Vitória de Setúbal não venceu pelo terceiro jogo consecutivo e em caso de vitória do Portimonense esta jornada pode cair para os lugares de despromoção.

Uma sentença que paira no ar sadino para a qual começam a faltar argumentos de defesa. Quinta derrota consecutiva, 13.º jogo sem vencer na estreia do quarto técnico da época.