*por António Ramos

No quarto jogo em casa neste campeonato, o Desp. Chaves tinha o propósito de almejar a sua segunda vitória (nos dois outros encontros, o saldo aponta uma derrota frente ao Sp. Braga e um empate com o Benfica, este, pelas razões óbvias, com sabor a vitória) e tinha um outro atrativo: o adversário, último classificado, teoricamente acessível.

O Desp. Aves poderia facilitar as contas dos transmontanos, pois, precisamente, nesta nona ronda, foram empurrados para a desconfortável posição de antepenúltimos (mercê da vitória forasteira do Tondela no Feirense), lugar que ninguém quer, até porque na próxima jornada há a deslocação a Alvalade.

FICHA DE JOGO E AO MINUTO

Mas vamos ao jogo em si, disputado a uma hora imprópria, registe-se, com o rigor do clima transmontano a obrigar a bater o dente aos adeptos (oito graus à hora do jogo) que marcaram mesmo assim presença em número considerável, constituindo uma boa moldura humana.

O Desp. Chaves quis ser, desde logo, o mandão do jogo e vai daí lançou-se numa toada ofensiva, mas os atacantes flavienses teimavam em acertar os passes, caindo as intenções ofensivas nos pés da defesa contrária muito coesa, impedindo, de forma concentrada, as intenções dos locais. Fruto dessa toada ofensiva, uma e outra bola ia chegando às mãos de André Ferreira, enquanto o guarda-redes do Desp. Chaves ia sendo espetador, chegando às suas mãos uma bola inofensiva, aos 11 minutos, repetida depois, aos 17, mas sem qualquer perigo.

A postura tática adotada por José Mota, o contra-ataque, surtiu efeito, aos 19 minutos, com Baldé a romper na defesa contrária e a rematar forte e rasteiro sem hipóteses de defesa para o guardião flaviense.

A noite fria ficou mais gelada com este golo, um pouco contra a corrente do jogo, contrariando as intenções dos locais. Estes ripostaram de imediato, ou melhor, tentaram, pois continuaram a ser muito pouco eficazes e algumas das suas pedras, que noutros encontros de destacaram, hoje estiveram uns furos bem abaixo.

O intervalo chegou, com 0-1 no marcador, mas antes José Mota ainda foi expulso.

No reatamento, era esperada a reação flaviense. E de facto, a equipa reentrou bem e de rompante. Aos 48 minutos, André Luís fez o empate, parecendo empurrar a equipa para a reviravolta.

Puro engano, pois os visitantes não tremeram e, reagindo de forma positiva, conseguiram ampliar a vantagem no marcador, aos 56 minutos, por Amilton, com culpas para Bressan, que, na tentativa de atrasar o esférico permitiu que o seu opositor fizesse o golo.

Depois o jogo acabou por ser dominado pelo jogo tático de ambos os técnicos, com José Mota (entretanto na bancada) a reforçar o seu meio-campo, enquanto Daniel Ramos reforçou o ataque, na tentativa de conseguir alterar o rumo dos acontecimentos, com o habitual chuveirinho, mas as intenções ofensivas esbarravam na bem escalonada e concentrada defesa forasteira.

Vitória importante para o Desp. Aves que assim saiu do último lugar, entregando-o ao Nacional, e igualou os sete pontos do Desp. Chaves que  desconfortável zona de despromoção.