A Polícia Judiciária realizou esta sexta-feira buscas no estádio do Desportivo das Aves e nas habitações de Wei Zhao e Estrela Costa, presidente da SAD e acionista da empresa gestora dos avenses.

Fonte do clube confirmou à Lusa que os agentes executaram a revista ao longo da manhã, sem especificar a razão da visita das autoridades, que surgiu no dia seguinte à rebocagem dos dois autocarros e ao arresto de outros bens que se encontravam nos escritórios da sociedade anónima localizados no recinto. 

Pese as advertências do agente de execução para que nada fosse levado dos gabinetes, Wei Zhao e Estrela Costa levantaram uma série de pastas e documentos e abandonaram o estádio nas suas viaturas pessoais por volta das 13h00 sob o olhar da GNR e perante protestos de quase meia centena de adeptos. 

Refira-se que o pedido do arresto de bens foi da Engimov, empresa responsável pela construção do centro de estágios do Desp. Aves, que está agora parada. A construtora exige uma verba em atraso superior a 400 mil euros, de um investimento inicial que estava previsto ser de 3,6 milhões de euros. De resto, a empreitada está parada há vários meses e o terreno redundou num amplo descampado. 

Wei Zhao garantiu que os serviços jurídicos do Desportivo das Aves iam avançar com um processo na justiça, até que surgiu esta penhora de bens, no desenrolar de uma semana atribulada, na qual a direção do clube deu entrada na terça-feira com uma ação judicial no Tribunal da Comarca de Santo Tirso, a pedir a destituição dos órgãos sociais da SAD.

Após a ameaça de faltar ao encontro ante o Portimonense, da última jornada da Liga, a direção do clube, liderada por António Freitas, marcou o estágio numa unidade hoteleira do sul do país e garantiu as diversas despesas logísticas, tendo fechado as reservas num hotel em Albufeira para «os adeptos que queiram deslocar-se ao sul do país e demonstrarem o seu apoio ao Desportivo das Aves», apesar da partida ser à porta fechada.