Foi de cambalhota que o Sp. Braga se aproximou da liderança da Liga, diminuindo para dois pontos a margem para o FC Porto. Triunfo árduo na receção ao Desp. Chaves (2-1), a equipa de Abel Ferreira esteve a perder mas teve uma reação bélica e deu a volta ao marcador. Claudemir, uma das peças principais da equipa, assumiu o volante na condução bracarense rumo ao topo, ao marcar o segundo golo do Sp. Braga, já depois do inevitável Dyego Sousa ter chegado à igualdade.

Terceira jornada consecutiva a vencer dos bracarenses, numa tarde de futebol à antiga com 17362 adeptos nas bancadas. Décimo desaire consecutivo do Desp. Chaves nas deslocações à cidade dos arcebispos, terra onde nunca venceram, perdendo depois de dois triunfos consecutivos.

Comparativamente com o triunfo na Vila das Aves, Abel Ferreira fez uma alteração na sua equipa. Fransérgio regressou ao miolo por troca com Palhinha. Já Tiago Fernandes fez quatro alterações, sendo a principal a estreia de Erdem Sem no meio campo ao lado de Jefferson.

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Ávido de encurtar a distância para o primeiro lugar, o Sp. Braga entrou literalmente a todo o gás e pôs os flavienses em sentido logo aos dois minutos. António Filipe teve de ser destemido na baliza para travar o primeiro remate de Esgaio e na ressaca Ricardo Horta fez a bola embater na base do ferro.

Entrada prometedora do Sp. Braga, mas este foi o lance de maior perigo da primeira metade, uma vez que após suster o assédio inicial da equipa da casa o Desp. Chaves equilibrou os pratos da balança e, mesmo numa posição incómoda, demonstrou personalidade no único reduto ainda inviolável no principal escalão do futebol português.

Pertenceu ao conjunto de Abel Ferreira maior dose de iniciativa, de uma forma natural, com combinações interessantes na chegada à área. Respondeu sempre com muita organização o Desp. Chaves, não com tanta posse mas sempre com grande objetividade, conseguindo aproximações promissoras à área bracarense, sempre com poucos toques na bola.

DESTAQUES: Claudemir, invisível mas preponderante

As aproximações prometedoras do Desp. Chaves à baliza deram frutos, com os flavienses a conseguirem adiantar-se no marcador aos seis minutos da segunda metade. Bom trabalho de William, Tiago Sá ainda faz umam primeira defesa quando Niltinho lhe apareceu à frente, mas foi impotente para travar a recarga de Luís Martins.

Golo histórico para os flavienses, que, imagine-se, não marcavam há 27 anos em Braga. A pedreira começou por desconfiar, mas galvanizou-se na corrida atrás do prejuízo. O jogo passou a ter sentido único e depois da ameaça Dyego Sousa igualou o encontro. Cabeçada à ponta de lança no coração da área quando Abel Ferreira já tinha acrescentado João Novais e Wilson Eduardo ao jogo.

Durou apenas treze minutos a vantagem transmontana, carregou o Sp. Braga depois do empate, procurando o segundo golo. Chegou pelo pé direito de Claudemir, esperado dada a supremacia bracarense nesta fase. Segunda assistência de Sequeira, há um desvio e o médio confirma o golo.

«Nós só queremos o Braga campeão», ouviu-se das bancadas no final do jogo. Na instalação sonora pedia-se para «fazer o que ainda não foi feito». A liderança está a dois pontos. O Sonho é legítimo!