A figura: Artur
Figura pela negativa, inevitavelmente, por força de uma exibição que terá entregue a titularidade a Júlio César (ainda que Jorge Jesus seja imprevisível nestas coisas). Ofereceu o golo do empate ao Sporting, ao tentar um passe para o pior lado, aquele que estava tapado, fazendo com que a bola batesse em Carrillo e depois sobrasse para a finalização de Slimani. Foi aos vinte minutos, mas nessa altura já tinha acumulado três ou quatro erros. Sobretudo em saídas a lances de bola parada, mas também a jogar com os pés, ou mesmo a sair ao limite da área para «dobrar» os colegas. Na segunda parte ainda faz duas belas intervenções (um livre direto de Jefferson e um remate de Slimani bem perto do fim), mas globalmente a exibição deixou muito a desejar, com o brasileiro a revelar desde início uma intranquilidade anormal para os anos de carreira que tem e até para aquilo que tinha sido as exibições anteriores. A presença de Júlio César no banco terá causado assim tanto impacto?

Positivo: Talisca
Saiu do primeiro grande duelo do futebol português com nota positiva. O problema do médio contratado ao Bahia não é a vertente técnica. Tem qualidade no pé esquerdo, e na maior parte das vezes decide bem. O problema é tático, mas terá sobretudo a ver com a perceção daquilo que pode ser o seu papel neste Benfica. Ao longo do jogo parece sempre mais útil quando aparece ao jeito de um terceiro médio do que como segundo avançado.

Negativo: a prova da falta de soluções
Marco Silva já tinha esgotado as substituições quando Jorge Jesus fez a primeira alteração…e única. Faltavam apenas cinco minutos para o final quando o técnico encarnado trocou Talisca por Derley. No banco ficaram Lisandro, Samaris, Ola John, Pizzi e Bebé, para além de Júlio César. A prova de que faltam soluções?

Outros destaques:

Enzo
De regresso à titularidade fez valer a sua presença no meio-campo, uma vez mais, embora a exibição tivesse muitos altos e baixos. Mostrou a dinâmica e garra habituais, e está envolvido no lance do golo de Gaitán, mas «apagou-se» algumas vezes, porventura por não estar nas condições físicas ideais.

Gaitán
Um golo de pé direito, imaginem só, a lançar o Benfica para a vantagem, mas depois uma exibição intermitente, como tantas outras. No início da segunda parte tentou o chapéu a Rui Patrício, mas a bola saiu muito larga. Poucas vezes conseguiu aparecer ao meio, entre linhas, a criar desequilíbrios, e na esquerda foi bem controlado por Esgaio.

Salvio
O empate acaba por ser justo, mas o Benfica mostrou-se bastante perdulário na finalização, e com Salvio como maior exemplo, sobretudo na segunda parte. Destaque sobretudo pata o lance aos 62 minutos, em que aparece completamente sozinho na marca de penálti mas atira à figura de Rui Patrício. Teve ainda um disparo ao lado, do exterior da área (48m), um pontapé acrobático à malha lateral (66m) e um lance em que tenta picar a bola sobre Patricio, mas este defende (85m).