Embrulhado tudo estava, como referiu Vasco Seabra na antevisão. E mais podia ter ficado, mas o Moreirense evitou a derrota nos minutos finais e mantém quatro pontos de diferença para o Rio Ave no oitavo lugar (30 para 26) após o empate a uma bola este domingo, em Moreira de Cónegos.

Ainda não foi ao sexto jogo caseiro que Vasco Seabra somou os três pontos em Moreira de Cónegos, mas o desfecho acabou por penalizar mais o desperdício do Rio Ave – sobretudo na segunda parte –, que foi mais equipa, num jogo que Vasco Seabra desembrulhou a partir do banco, com a entrada de Felipe Pires, autor do golo que ditou o empate, a sete minutos dos 90.

Com Fábio Pacheco e D’Alberto como grandes ausências do lado do Moreirense e um Rio Ave fiel ao onze inicial que venceu o Farense, o jogo começou animado. Agradável à vista. As duas equipas cedo mostraram intenções de vencer, bom futebol e qualidade na posse de bola.

Seria, contudo, da estratégia que resultaria o primeiro golo do jogo, após um lance perigoso de Francisco Geraldes. O médio viu Pasinato evitar o golo e ceder canto, batido por Carlos Mané para a área, onde Aderllan Santos saltou com Filipe Soares e beneficiou do desvio neste para ver a trajetória da bola levá-la ao fundo da baliza.

Yan tentou de pronto responder e testou Kieszek, que, em abono da verdade, viu ser menos chamado ao jogo do que Pasinato, face às aproximações mais perigosas do Rio Ave. Com o virtuosismo de Carlos Mané e Gelson Dala – e alguns erros alheios – o Moreirense podia ter sofrido mais até ao intervalo, mas aguentou uma diferença mínima para ser um pouco mais feliz no final.

A exemplo, um mau atraso de Walterson que lançou Gelson Dala, mas Camacho não conseguiu receber da melhor forma (24m). Houve ainda um remate de Dala (29m), outro de Geraldes (31m) e também de Mané (38m). Só não houve golo por meros centímetros.

Para a segunda parte, Miguel Cardoso foi forçado a trocar Aderllan por Monte, após um problema físico manifestado pelo brasileiro. E foi já com o central português em campo que houve dois golos anulados num ápice. Um para cada lado. Isso e um enorme falhanço de Rafael Camacho (63m), que projetou ainda mais as esperanças de o Moreirense estar vivo no jogo.

Antes do lance de Camacho, Rafael Martins marcou, mas estava 27 centímetros em fora-de-jogo no momento do cruzamento de Abdu Conté (49m). Depois, Dala também marcou num lance em que Pasinato ficou mal na fotografia ao largar a bola: valeu ao guarda-redes que o angolano estava 40 centímetros adiantado.

Depois de algumas trocas de parte a parte, o Moreirense acreditou e ganhou o ponto a partir do banco, penalizando um Rio Ave globalmente melhor, mas que acabou em sofrimento. Ao minuto 83, Felipe Pires tabelou com Gonçalo Franco (ambos recém-entrados) e lançou-se ao ataque, sendo feliz na tabela com Rafael Martins para bater Kieszek para o 1-1 final.